A paralisia cerebral (PC) é uma condição resultado de uma lesão no cérebro, que acontece ainda no período do desenvolvimento, seja durante a gravidez, no momento do nascimento ou nos primeiros anos de vida. É considerada um grupo de distúrbios que engloba dificuldade de movimentação e rigidez muscular ou postural (espasticidade). No Brasil, conforme o Ministério da Saúde, surgem cerca de 30 mil novos casos por ano.
Segundo a neuropediatra e fisiatra Carla Caldas, embora a condição não piore com o tempo, ela pode impactar algumas funcionalidades. “A PC não progride, mas os sintomas podem mudar à medida que a criança cresce. Sem cura, o cuidado multidisciplinar precoce e constante é fundamental para aumentar a qualidade de vida e independência dos pacientes”, explica.
Entre os fatores de risco da paralisia cerebral, estão:
Carla Caldas avalia que o diagnóstico precoce ainda é um desafio, mesmo com os avanços em neuroimagem e nas ferramentas de avaliação do desenvolvimento. “Faltam protocolos de triagem e profissionais capacitados para aplicar avaliações mais modernas”, ressalta a médica.
Os sintomas e o grau de comprometimento variam conforme a extensão e a área do dano neurológico. Existem diferentes tipos de paralisia cerebral:
“Alguns pacientes apresentam apenas leve desequilíbrio, enquanto outros podem ter limitações motoras graves, o que exige órteses, andador ou cadeira de rodas. Também não podemos deixar de pontuar os impactos cognitivos”, explica a neuropediatra.
O tratamento da PC deve ser contínuo e adaptado a cada fase da vida. “A reabilitação envolve uma equipe multiprofissional, podendo contar também com tecnologias assistivas e medicamentos”, conta Carla Caldas.
Com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre a condição e combater a desinformação, a neuropediatra e fisiatra Carla Caldas explica alguns mitos e verdades sobre a paralisia cerebral. Confira!
Mito. A PC é uma condição não progressiva, portanto o que pode mudar ao longo dos anos são os sintomas e suas consequências, que precisam de acompanhamento constante. “Falamos que é uma encefalopatia não progressiva, mas com consequências dinâmicas. O paciente pode desenvolver dor crônica, rigidez muscular e perda de mobilidade se não houver reabilitação adequada”, explica Carla Caldas.
Segundo ela, o uso regular da toxina botulínica tipo A e o ajuste de equipamentos de assistência, como órteses e cadeiras de rodas, ajudam a manter a funcionalidade mesmo na fase adulta.
Verdade. O manejo precisa ser ajustado a cada fase da vida. “Na adolescência e na vida adulta, as demandas mudam. Surgem desafios como dor crônica, fadiga, perda de força e dificuldades psicossociais — escolarização, trabalho, sexualidade e independência. O acompanhamento contínuo é o que garante qualidade de vida e evita complicações”, afirma a médica.
Mito. A rigidez muscular, típica da forma espástica da PC, pode ser controlada com terapias adequadas. “A toxina botulínica tipo A é um dos tratamentos mais consolidados para reduzir a espasticidade e a distonia. Ela melhora a amplitude dos movimentos, o conforto e até atividades como caminhar, se vestir e se alimentar”, explica a neuropediatra.
O tratamento, porém, deve ser combinado com fisioterapia e acompanhamento multidisciplinar. “Após a aplicação, o paciente é reavaliado e novas doses podem ser feitas a cada três meses, conforme a necessidade”, completa.
Verdade. Com acompanhamento adequado e estímulos corretos desde cedo, é possível alcançar autonomia e participação social. “Quando há diagnóstico precoce, acesso a terapias e apoio familiar, o paciente pode atingir um alto nível de funcionalidade e inclusão. A reabilitação regular, o uso de tecnologias assistivas e o controle da espasticidade com toxina botulínica A são pilares para que ele conquiste autonomia e bem-estar ao longo da vida”, pontua a médica.
Verdade. Detectar precocemente a PC faz toda a diferença no desenvolvimento do paciente. “O diagnóstico precoce permite iniciar terapias direcionadas ainda nos primeiros meses de vida, quando o cérebro está em intensa fase de plasticidade. Isso pode mudar completamente o prognóstico motor e cognitivo”, destaca Carla Caldas.
A especialista ressalta que ferramentas como a General Movements Assessment (GMA) e o exame neurológico de Hammersmith têm acurácia de até 95% em bebês de risco. “Infelizmente, no Brasil, ainda são poucos os profissionais capacitados para aplicá-las, o que atrasa o início da reabilitação”, finaliza.
Por Marcela Ioli
Fonte: Portal EdiCase
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