Diabetes: 7 cuidados com alimentação para prevenir ou controlar a doença



Dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF) mostram que o Brasil é o sexto país do mundo com maior número de diagnósticos da doença. O diabetes é uma condição crônica caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue, resultado da produção insuficiente de insulina ou da dificuldade do organismo em utilizá-la adequadamente.

O crescimento no número de pacientes com diabetes, segundo a professora Vitória Alves Ribeiro, do curso de Nutrição da UniSociesc, está diretamente ligado ao estilo de vida e ao modo como a sociedade tem se alimentado. “Hoje vivemos uma rotina marcada por excesso de açúcares, gorduras e alimentos ultraprocessados, além do aumento do sedentarismo”, alerta.

Esse cenário, somado ao aumento do sobrepeso e da obesidade, cria um terreno fértil para o desenvolvimento do diabetes tipo 2, forma mais comum da doença na vida adulta, quando o corpo ainda produz insulina, mas ela “não age de uma forma muito eficiente”.

Alimentação para o controle do diabetes

Vitória Alves Ribeiro explica que tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes a alimentação não atua de forma isolada, mas em conjunto com outros hábitos. “A prática regular de atividade física caminha com a alimentação saudável. O sono adequado, o controle do estresse, a cessação do tabagismo e o consumo moderado ou a suspensão das bebidas alcoólicas são pilares fundamentais. O corpo precisa de equilíbrio e ele vai alcançar equilíbrio desse jeito”, reforça.

Nos casos de diabetes tipo 1, geralmente diagnosticado na infância ou adolescência, a alimentação precisa ser sincronizada com a aplicação de insulina. No tipo 2 da doença, o foco está em melhorar a sensibilidade à insulina e controlar o peso corporal. A nutricionista explica que reduções modestas na massa corporal podem trazer benefícios expressivos. “Perdendo um pouquinho do peso corporal, é possível entrar numa remissão do diabetes tipo 2”, afirma.

Estratégias que fazem diferença

Para Vitória Alves Ribeiro, o ponto de partida para o controle ou prevenção do diabetes não está em grandes revoluções, mas em pequenos passos sustentáveis. “Pequenas escolhas repetidas todos os dias fazem uma grande diferença. É possível organizar a rotina com lanches saudáveis, planejamento das refeições e preferência por alimentos naturais e minimamente processados”, orienta.

A seguir, confira as estratégias alimentares elencadas pela professora para controlar ou prevenir a doença!

1. Baseie o prato em alimentos naturais e minimamente processados

Vitória Alves Ribeiro reforça que os alimentos que devem estar diariamente no prato de quem quer prevenir ou controlar o diabetes são aqueles “naturais e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, grãos integrais, feijões e oleaginosas”.

Essa base alimentar ajuda a controlar o peso, melhora a sensibilidade à insulina e mantém a glicose em homeostase, isto é, em equilíbrio estável. Quanto mais comida de verdade, menor a chance de picos glicêmicos e de descontrole ao longo do dia.

2. Reduza ao máximo o consumo de ultraprocessados

Os principais erros alimentares, segundo a professora, estão no consumo frequente de ultraprocessados, que devem ser evitados tanto por quem quer se alimentar bem quanto por pessoas com doenças crônicas. Ela cita como exemplos “refrigerantes adoçados, sucos adoçados, biscoitos recheados, embutidos, fast-foods, alimentos ricos em açúcares e gorduras saturadas que elevam a glicemia”. A recomendação prática é simples: ler rótulos, reduzir a compra desses itens e não os deixar como opções fáceis em casa ou no ambiente de trabalho.

3. Não pule refeições e evite grandes volumes de comida de uma só vez

Passar muitas horas sem comer e depois fazer uma refeição muito grande é uma combinação perigosa para quem tem risco ou diagnóstico de diabetes. “Esse volume de comida de uma vez só pode causar um pico glicêmico e também desregular essa glicemia no nosso corpo e no metabolismo”, alerta Vitória Alves Ribeiro. O ideal é manter uma rotina de refeições distribuídas ao longo do dia, com porções adequadas, evitando extremos de jejum prolongado seguidos de grandes quantidades de alimentos.

O ideal é priorizar os carboidratos complexos, que favorecem o desequilíbrio glicêmico, ao invés dos refinados (Imagem: masa44 | Shutterstock)

4. Use os carboidratos a seu favor, escolhendo boas fontes e quantidades

A professora destaca que “o carboidrato não é um vilão para quem tem diabetes”. O problema está nos refinados, absorvidos muito rapidamente pelo organismo, o que favorece o desequilíbrio glicêmico. A orientação é priorizar carboidratos complexos, como arroz integral, aveia, batata-doce, frutas e legumes, e ajustar a quantidade conforme orientação profissional.

No diabetes tipo 1, ela explica que a alimentação precisa estar sincronizada com a aplicação da insulina, e a contagem de carboidratos é uma estratégia central: come-se e ajusta-se a dose de insulina em conjunto com a equipe de saúde.

5. Garanta fibras em todas as refeições

Vitória Alves Ribeiro destaca a importância de incluir fibras como estratégia direta para controlar picos glicêmicos. Aveia, chia, linhaça e alimentos integrais ajudam a retardar a absorção da glicose, mantendo a glicemia mais estável. Distribuir esses alimentos ao longo do dia — no café da manhã, lanches e refeições principais — aumenta a sensação de saciedade, contribui para o controle do peso e diminui a variação brusca da glicose no sangue.

6. Trate o açúcar com equilíbrio e, se necessário, use adoçantes com moderação

Para a professora, “o consumo de açúcar deve, sim, ser reduzido ao máximo”, especialmente em um contexto de prevenção e tratamento do diabetes. Porém, ela pondera que não é preciso encarar o açúcar com medo absoluto: em alguns casos, pequenas quantidades podem ser incluídas em um plano alimentar individualizado.

A orientação é educar o paladar para consumir menos açúcar e, quando necessário, recorrer a adoçantes “especialmente naturais, como stévia e xilitol, sempre respeitando as quantidades recomendadas”, pontua Vitória Alves Ribeiro. A palavra-chave é moderação.

7. Planeje lanches e refeições para não depender de escolhas de última hora

A rotina corrida não pode ser desculpa permanente para o descuido com a alimentação. “Algumas estratégias simples ajudam muito, como levar lanches saudáveis”, sugere a professora. Frutas, castanhas, iogurte natural e sanduíches integrais são exemplos práticos. O planejamento é essencial e, ao comer fora, é importante dar preferência a arroz, feijão, saladas e proteínas grelhadas, evitando frituras e preparações com imersão em óleo. Isso reduz a chance de recorrer a opções rápidas e ultraprocessadas.

Por Genara Rigotti





Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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