Vereador chama prefeita em MT de ‘cachorra viciada em pedir votos em assentamentos’


O vereador Gilson José de Souza (União Brasil), o Gilson da Agricultura, chamou a prefeita de Pedra Preta – interior de Mato Grosso -, Iraci Ferreira (PSDB), de ‘cachorra viciada em pedir votos em assentamentos’. Segundo ele, a prefeita teria destinado R$ 500 mil para ‘festas’ ao passo que ‘moradores da zona rural da cidade enfrentam problemas com abastecimento de água’.

A manifestação de Gilson ocorreu durante a sessão legislativa de segunda-feira, 25, e provocou imediata reação do meio político.

A Associação Mato-Grossense de Municípios classificou o ataque do vereador a Iraci como ‘violência política de gênero, uma fala inadmissível, desrespeitosa e carregada de preconceitos’. A entidade estuda ingressar na Câmara com um pedido de análise de quebra de decoro.

“Nosso compromisso é com o respeito, a democracia e a valorização da mulher na política. Não podemos normalizar atitudes que desrespeitam a representação legítima da população”, diz a manifestação.

O Estadão pediu manifestação do vereador via e-mail geral da Câmara, mas não havia recebido resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto.

Pedra Preta, a 240 quilômetros de Cuiabá, tem cerca de 18 mil habitantes.

A deputada estadual Janaína Riva (MDB) e a primeira-dama do Mato Grosso, Virgínia Mendes, repudiaram a fala do vereador. O próprio partido de Gilson também o criticou.

Segundo Gilson da Agricultura, Iraci só procura os assentamentos em período eleitoral. “Os poços estão furados tem anos e anos. Vou deixar bem claro que eu não estou incentivando ou jogando o povo contra a prefeita Iraci. Quantos prefeitos passaram por lá (em assentamentos)? Todos os que entraram em Pedra Preta, que eu conheço, não têm política social voltada para a zona rural. Arrumar estrada é obrigação, colocar manilha é obrigação. O povo enche meu telefone falando que tirou a caixa do Furnas: ‘ah você botou 500 mil pra fazer festa e nós estamos passando sede’.”

“Vamos dar a César o que é de César”, disse Gilson. “Se eu não conversei com o vice-prefeito Lenildo, com a Iraci, com a Roseli do convênio sobre essa questão da água, eu renuncio ao meu mandato. Mas se eu não estiver mentindo, tem que tomar vergonha na cara e não ficar fazendo só na época de política que nem cachorra viciada, dentro dos assentamentos pedindo votos. Meu vocabulário é esse mesmo.”

Reações

O União Brasil Mulher se rebelou, em nota assinada pela deputada Gisela Simona, presidente da executiva estadual do núcleo feminino. “Eu gostaria de entender o que significa ‘cachorra viciada’? Por que você fez essa comparação com uma mulher que é prefeita? Por que você não sabe o que é respeitaR uma mulher que está no Poder? O ataque não pode ficar impune.”



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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