O Brasil é o segundo país mais estressado do mundo, atrás apenas do Japão. De acordo com dados da Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMA-BR), 72% da população sofre de estresse, sendo que 32% têm nível severo. 23 de setembro, Dia Nacional de Combate ao Estresse, é um convite para pausar, respirar fundo e lembrar que, em meio à correria da rotina, cuidar de si é essencial.
O estresse é uma resposta física e emocional do corpo diante de demandas externas, como situações de trabalho, preocupações familiares ou imprevistos do dia a dia. Trata-se de uma reação natural do organismo, que nos mobiliza para enfrentar desafios.
Quando o estresse se torna prejudicial
Segundo Gabriel Banzato, psicólogo do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), o que define se o estresse é prejudicial não são as situações em si, mas a intensidade da resposta. “Quando pequenas dificuldades começam a gerar sofrimento intenso ou descontrole, estamos diante de um estresse exacerbado. Cada pessoa tem limites diferentes, e situações que podem parecer leves para algumas podem ser extremamente desgastantes para outras”, explica.
Sintomas do estresse crônico
Entre os sinais de descontrole, estão sofrimento intenso, irritabilidade, dificuldade para lidar com situações simples e a sensação de que pequenas demandas se tornam insuportáveis. “Esse tipo de estresse, quando se torna crônico, afeta tanto a saúde mental quanto a física. O corpo costuma dar sinais antes mesmo da mente: dificuldades para dormir, cansaço excessivo, sonolência, fragilidade emocional e irritabilidade são exemplos de sintomas que indicam sobrecarga“, alerta o especialista.

Consequências do estresse crônico
O estresse crônico também pode levar à negligência com os cuidados pessoais, impactando a alimentação, o peso, o colesterol e o controle de doenças pré-existentes, como o diabetes. Além disso, afeta os relacionamentos e a produtividade no trabalho: pessoas estressadas tendem a ter menor tolerância, maior propensão a conflitos e dificuldade em lidar com cobranças, prejudicando o ambiente e o próprio desempenho profissional.
Prevenindo o estresse crônico
Para evitar o estresse, Gabriel Banzato ressalta que o primeiro passo é observar as próprias respostas emocionais e físicas e agir quando elas se tornam exageradas. Além disso, ele lista cinco estratégias que podem ajudar:
- Praticar exercícios físicos regularmente, que equilibram corpo e mente, reduzem a ansiedade e a depressão e oferecem momentos de pausa em relação às demandas do dia;
- Adotar técnicas de respiração e relaxamento, como meditação;
- Estabelecer limites claros entre vida pessoal e profissional;
- Cultivar momentos de lazer e descanso, que ajudam a recarregar as energias;
- Buscar apoio profissional, quando necessário, em psicoterapia ou avaliação médica.
“Embora ambientes difíceis possam ser estressores, a forma como nos relacionamos com esses espaços influencia muito o impacto do estresse em nossas vidas. Também é essencial exercitar a tolerância e oferecer apoio a quem está sobrecarregado. Em alguns casos, sugerir ajuda profissional pode ser decisivo”, reforça o psicólogo.
Por Aline Telles
Fonte: Portal EdiCase