O pão, alimento tradicional nas mesas brasileiras, desperta debates sobre seu impacto na saúde. Enquanto muitos o consideram um vilão da dieta, especialistas explicam que a questão está na sua composição e no tipo consumido.
Para a nutricionista Giovanna Baleeiro, da clínica Doctor Puro em São Paulo, o pão tradicional de trigo moderno pode trazer efeitos negativos quando consumido com frequência. “O trigo moderno passou por modificações genéticas que aumentaram a quantidade de glúten, e o uso de herbicidas como o glifosato pode afetar a microbiota intestinal, aumentando a permeabilidade do intestino e provocando inflamação”, alerta. Ela explica ainda que o consumo diário desse tipo de pão favorece picos glicêmicos, compulsão alimentar e resistência insulínica.
Opções de pão para inserir na dieta
Segundo a nutricionista, a melhor forma de consumir pão sem prejudicar a dieta é optar por versões artesanais e de fermentação natural. Pães sem glúten ou feitos com farinhas alternativas, como arroz integral, grão-de-bico, amêndoas ou batata-doce, além de opções low carb ou proteicas, são recomendados.
“Quando possível, combine o pão com proteínas e gorduras boas, como ovos, pastinhas, azeite, queijos fermentados ou abacate. Isso ajuda a reduzir o impacto glicêmico e mantém a saciedade por mais tempo”, orienta Giovanna Baleeiro.

O pão não deve ser a base da alimentação
O consumo diário do pão de trigo moderno não é indicado em abordagens funcionais e integrativas. Já as versões sem glúten ou artesanais podem integrar a rotina alimentar, desde que haja variação de farinhas para não sobrecarregar o intestino. “O ideal é não ter o pão como base da alimentação, mas, sim, como opção eventual e de qualidade”, afirma a nutricionista.
Alternativas ao pão tradicional
Para quem deseja reduzir ou substituir o pão, existem alternativas funcionais: tapioca com chia ou linhaça, crepioca, panquecas funcionais de banana, ovo e aveia sem glúten, wraps de folhas, pão de frigideira low carb com farinhas funcionais, muffins proteicos ou opções naturais como batata-doce, quinoa e arroz integral.
Por Sarah Monteiro
Fonte: Portal EdiCase