Nos últimos anos, tranças e dreads deixaram de ser vistos apenas como penteados e passaram a ocupar um espaço importante na construção da identidade e da autoestima. Mais do que uma tendência, o movimento reflete um resgate de ancestralidade e uma afirmação de pertencimento. Essa valorização tem se refletido também no mercado da beleza, que vive um aumento significativo na busca por profissionais especializados nessas técnicas.
Para quem deseja seguir esse caminho, é essencial compreender que o trabalho vai além da estética. As tranças e os dreads carregam histórias, simbolismos e tradições que merecem respeito. “Não se trata apenas de aprender uma técnica, mas de entender o significado cultural por trás de cada fio”, destaca Debora Amancio Eleoterio, instrutora dos cursos profissionais de Crespos e Cachos e Tranças e Dreads do Instituto Embelleze Cidade Dutra. Segundo ela, essa consciência é o que diferencia o profissional que apenas reproduz um penteado daquele que realmente entende o que está fazendo e se conecta com seus clientes.
Caminho para a profissionalização
A formação adequada é o primeiro passo para quem quer se destacar nesse segmento. Cursos profissionalizantes especializados oferecem base técnica sólida e conhecimento sobre os cuidados com o couro cabeludo, tipos de fios, aplicação correta e manutenção. Além disso, o aluno aprende sobre o atendimento humanizado e as boas práticas de higiene e biossegurança, fatores essenciais para conquistar e fidelizar clientes.

Percepções de mercado
Outro ponto importante é a valorização da própria trajetória. Muitos trancistas e dread-artists começam atendendo amigos e familiares, mas encontram na profissionalização uma oportunidade real de empreender. Com o crescimento das redes sociais, é possível transformar um talento individual em um negócio próspero, divulgando o portfólio, mostrando bastidores e se conectando com quem busca representatividade e estilo.
A beleza afro está, cada vez mais, ocupando os espaços que sempre lhe pertenceram. Com isso, cresce a procura por profissionais preparados — pessoas que unem técnica, sensibilidade e respeito à história que cada trança carrega. Estudar, se especializar e se posicionar no mercado é o caminho para transformar o que antes era visto como marginalizado em símbolo de orgulho e potência.
Além da técnica
Segundo Debora Amancio Eleoterio, o sucesso de um trancista não depende apenas de habilidade manual. “Empreender na beleza exige entender de pessoas, de atendimento e de gestão. É saber quanto vale o seu tempo e como valorizar o seu trabalho”, afirma. Isso inclui organizar a agenda, calcular o custo dos materiais, manter o relacionamento com as clientes e investir em divulgação digital — com fotos de antes e depois, vídeos comentados e conteúdo informativo nas redes.
O poder da formação
Debora Amancio Eleoterio explica que, além de habilidade manual, é preciso ter conhecimento e preparo. “Cursos profissionalizantes na área, com certificação, enfoque prático e didático, preparam o aluno para o mercado de trabalho e para empreender de forma independente, com técnicas atuais e atendimento humanizado. Para quem deseja ‘trançar o próprio futuro’, a combinação entre talento, capacitação e visão de negócio é o segredo do sucesso”, finaliza a instrutora.
Por Denyze Moreira
Fonte: Portal EdiCase











