Quando Valentin Vacherot deixou Mônaco rumo a Xangai, em busca de uma vaga no Masters 1000, não tinha certeza de que conseguiria entrar em quadra. Na China, o número 204 do mundo contou com a sorte e nove desistências de concorrentes para entrar no qualifier e, duas semanas depois, levantar o troféu inédito na carreira.
A epopeia do tenista de 26 anos teve um final feliz, neste domingo, com a vitória na decisão por 2 sets a 1 sobre seu primo, Arthur Rinderknech, com parciais de 4/6, 6/3 e 6/3, em 2h14 de partida. Com o resultado, o monegasco se tornou o campeão com ranking mais baixo em torneios nível 1000 da ATP na história, superando o croata Borna Coric, então 152º quando venceu em Cincinnati, em 2022.
“É difícil resumir em palavras essa emoção, ter consciência do que está acontecendo. Só quero agradecer a todos. É algo maluco”, disse o mais novo campeão. “Hoje era dia de ter dois campeões, infelizmente alguém precisa ganhar, e fico feliz que tenha sido eu, mas quem ganha é a nossa família.”
Além do primo francês, 58º do ranking da ATP, Vacherot precisou superar nomes como Novak Djokovic, lenda do tênis e atual número 5 do mundo, Holger Rune (11º) e Alexander Bublik (17º). “Um dia você tem pela frente campeões, no outro um familiar. Foi difícil”, disse o monegasco. “É surreal dividir a quadra com meu primo, parceiro de treinos, uma pessoa com quem treino, com quem passo as férias”, acrescentou Vacherot, que terá uma ascensão meteórica no ranking e passará a ocupar o 40º posto.
Em quadra, Rinderknech iniciou a partida mais concentrado e levou a melhor no primeiro set, por 6/4, mas Vacherot se recuperou e virou a partida com duplo 6/3. “O Arthur começou melhor do que eu. Quando tive a chance de quebrar, no segundo set, aproveitei a fui crescendo a partir daí. Encontrei meu jogo e mantive o ritmo até o fim”, resumiu o campeão.
Após a partida, a emoção tomou conta da quadra. Do abraço apertado entre os parentes aos discursos emocionados, nem Vacherot nem Rinderknech seguraram as lágrimas, sob aplausos efusivos do público chinês e da lenda Roger Federer, embaixador do torneio.
Por: Estadão Conteúdo