Trump pede abertura de registros do caso Epstein, mas segue sem liberar outros documentos


O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu a um tribunal federal a liberação dos registros do grande júri relacionados ao caso Jeffrey Epstein, após pressão de apoiadores e críticas sobre a falta de transparência.

A medida tenta conter a crise política provocada por promessas não cumpridas de divulgação total das provas envolvendo o financista, que se suicidou em 2019 enquanto aguardava julgamento por tráfico sexual.

A solicitação foi apresentada ontem pelo vice-procurador-geral Todd Blanche, um dia após o Wall Street Journal publicar uma carta de teor sexual supostamente assinada por Trump e incluída em um álbum de aniversário de Epstein de 2003.

O presidente negou ter escrito o bilhete e classificou o conteúdo como “falso, malicioso e difamatório”. Em rede social, disse ter orientado a procuradora-geral Pam Bondi a entregar “todo e qualquer testemunho relevante do grande júri, sujeito à aprovação do tribunal”. Para ele, as acusações fazem parte de uma “fraude perpetuada pelos democratas”.

Embora o Departamento de Justiça tenha apoiado o pedido, a liberação depende de decisão judicial. Sessões de grandes júris nos EUA são sigilosas para proteger a reputação de pessoas não indiciadas e incentivar o depoimento de testemunhas.

A divulgação de registros é rara e pode levar meses de disputas, especialmente quando há informações sensíveis sobre vítimas. O sigilo é tão protegido que autoridades podem ser processadas se vazarem o conteúdo.

Mesmo com o foco nos registros do grande júri, a principal crítica ao governo diz respeito a milhares de outros documentos sob custódia do Departamento de Justiça. Após a divulgação parcial em fevereiro, Bondi afirmou que o FBI havia entregue um “caminhão” de provas. Mas, após meses de revisão, a pasta concluiu que não haveria novas liberações.

Segundo nota oficial, grande parte do material está sob sigilo judicial e apenas uma fração seria tornada pública se Epstein tivesse sido julgado. Desde então, Bondi tem evitado responder perguntas sobre o tema.

A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deve votar na próxima semana uma resolução pedindo a liberação dos registros, mas o texto não tem efeito legal.

“Os republicanos da Câmara apoiam a transparência e querem mostrar alinhamento com a Casa Branca”, disse o presidente da Câmara, Mike Johnson. “Concordamos com o presidente. Todas as evidências críveis devem vir a público.”

Paralelamente, democratas, com apoio de nove republicanos, apresentaram um projeto de lei que obriga a divulgação de mais informações sobre o caso.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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