
Celebrado em 10 de novembro, o Dia do Trigo reconhece a importância de um dos cereais mais antigos e fundamentais para a nutrição, a economia e a cultura alimentar. Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), o trigo é o segundo alimento mais consumido no mundo.
A farinha de trigo é usada no preparo de pães, massas, bolos e biscoitos. A versão mais comum é a branca, que, ao passar pelo processo de refino, perde grande parte das fibras e dos nutrientes. Por isso, quando consumidos em excesso, esses alimentos podem elevar rapidamente a glicose no sangue, contribuindo para o ganho de peso e a resistência à insulina.
A versão integral, por outro lado, é rica em carboidratos complexos, proteínas, fibras, vitaminas do complexo B e minerais como ferro, magnésio, zinco e selênio — nutrientes que proporcionam maior saciedade, melhoram o funcionamento intestinal e ajudam no controle dos níveis de colesterol e glicemia, além de oferecer suporte ao sistema imunológico e à saúde cerebral.
Diferenças entre o trigo e o glúten
Apesar dos benefícios, muitas pessoas ainda confundem trigo e glúten. Segundo o Prof. Dr. Durval Ribas Filho, nutrólogo, Fellow da The Obesity Society (TOS – EUA) e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), os dois não são sinônimos.
“O trigo é um cereal. O glúten é uma proteína encontrada naturalmente no trigo e em outros cereais, como a cevada e o centeio. Na culinária, é responsável pela elasticidade do alimento. Assim, o trigo sempre terá glúten, mas nem todo alimento com glúten é feito de trigo. E nem todo cereal contém glúten, como o milho, o arroz, o amaranto e a quinoa”, explica.

Nem todo mundo precisa excluir o trigo da dieta
Pessoas com doença celíaca, alergia ao trigo ou sensibilidade não celíaca ao glúten devem evitar o consumo do trigo e seus derivados. Para quem não apresenta essas condições, não há necessidade de restrição ao glúten. “Excluir o glúten não significa reduzir calorias. Alimentos à base de trigo, como pães, e até bebidas, como a cerveja, contêm outros ingredientes — gorduras, carboidratos e açúcar — que os tornam calóricos”, explica o Prof. Dr. Durval Ribas Filho.
Além disso, excluir apenas o glúten da dieta não influencia diretamente a perda de peso. “Outro equívoco é incluir na dieta de emagrecimento produtos sem glúten, como tapioca ou milho, que podem ser ainda mais calóricos e devem fazer parte de uma alimentação equilibrada”, afirma o médico.
Motivos para incluir o trigo integral na dieta
Abaixo, confira alguns benefícios do trigo integral para a saúde e motivos para incluí-lo na dieta:
- Mais energia e controle da obesidade: o trigo integral é rico em carboidratos complexos, de absorção lenta, que mantêm a saciedade por mais tempo;
- Nutrientes essenciais: o alimento é fonte de vitaminas do complexo B (B1, B2, B3, B6 e ácido fólico) e minerais como o potássio, importantes para o metabolismo energético e o sistema nervoso;
- Controle metabólico: a alta concentração de fibras no trigo integral auxilia na digestão, regula o trânsito intestinal e ajuda no controle do colesterol e da glicemia;
- Ossos e dentes: fósforo e magnésio, presentes no trigo integral, são fundamentais para a formação e a manutenção da saúde óssea e dentária;
- Sistema imunológico: o zinco do trigo integral contribui para a maturação das células de defesa do organismo, fortalecendo as respostas imunes;
- Saúde cardiovascular: o consumo regular de grãos integrais está associado a menor incidência de doenças cardíacas;
- Prevenção do diabetes tipo 2: o magnésio e as fibras ajudam no controle da glicemia; o mineral é essencial para enzimas que influenciam o uso da insulina;
- Músculos fortes: o gérmen do trigo é fonte de proteína vegetal, importante para a construção e a reparação muscular;
- Aliado da beleza: o trigo integral é rico em vitamina E, antioxidante que combate os radicais livres, auxilia na hidratação celular, previne o envelhecimento precoce e contribui para a eliminação de toxinas.
Por Edna Vairoletti
Fonte: Portal EdiCase









