TRF-5 julgará ex-prefeito de Recife acusado de fraude na pandemia de covid-19


O inquérito contra o ex-prefeito do Recife (PE) Geraldo Júlio (PSB) foi encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF-5) pela Justiça Federal de primeira instância. Ele é um dos investigados na Operação Desumano, que apurou suspeitas de fraude na contratação de uma Organização Social de Saúde (OSS) durante a pandemia de covid-19.

Segundo as investigações, o esquema envolve também secretários de saúde da prefeitura da capital pernambucana e de Jaboatão dos Guararapes (PE), acusados de irregularidades em contratos firmados com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) destinados ao enfrentamento do coronavírus. A reportagem tenta contato com o ex-prefeito.

O caso foi enviado ao TRF-5 após pedido Ministério Público Federal (MPF). A decisão segue o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que garante foro privilegiado a ex-prefeitos em casos relacionados às suas funções no cargo.

Em 2023, o MPF ofereceu denúncia contra 11 pessoas, incluindo o ex-prefeito. A acusação foi rejeitada por falta de provas e informações. O Ministério Público, então, retomou as investigações com entrevistas com ex-funcionários públicos e análise de documentos financeiros.

Deflagrada em setembro de 2020, a Operação Desumano foi conduzida pela Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), o MPF e o Ministério Público de Pernambuco (Gaeco-PE). Segundo as investigações, os contratos de gestão firmados pelas prefeituras apresentam indícios de fraude, como direcionamento na escolha da OSS e subcontratação de empresas “fantasmas”, todas controladas por um mesmo grupo.

A OSS beneficiada não possuía capacidade técnica, operacional ou patrimonial para executar os serviços, de acordo com os balanços financeiros da empresa, segundo as investigações. Além disso, os primeiros levantamentos da CGU apontaram riscos no uso do dinheiro público repassado à empresa, contratada sem licitação em dois processos. Juntos, os contratos somam quase R$ 58 milhões – sendo R$ 34 milhões pagos pela prefeitura do Recife e R$ 23,7 milhões pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.

O MPF aponta que as irregularidades nos contratos podem ter causado prejuízos financeiros, com pagamentos indevidos e desvios de recursos que deveriam ser usados no combate à pandemia. Até agosto de 2020, Recife havia recebido cerca de R$ 95 milhões do Fundo Nacional de Saúde, enquanto Jaboatão dos Guararapes, aproximadamente R$ 32 milhões.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Pulgar sofre fratura no pé e deve desfalcar Flamengo por até 3 meses

A delegação do Flamengo vai desembarcar em solo brasileiro nesta segunda-feira com uma preocupação. O…

8 minutos ago

Faltará energia na tarde desta segunda no Bairro Carrilho

A Equatorial Goiás comunica que haverá interrupção no fornecimento de energia elétrica nesta segunda-feira, 30,…

10 minutos ago

TV Globo exibe nesta segunda-feira reprise do último capítulo de ‘Garota do Momento’

Depois de surpreender ao não exibir a reprise do capítulo final de Garota do Momento…

10 minutos ago

Daniel Vilela abre Goiás Social em Valparaíso de Goiás – Vice-Governadoria

Governador em exercício reforçou compromisso do Estado com a população mais vulnerável e transformação da…

11 minutos ago

F-1 divulga calendário da pré-temporada de 2026 e ajusta data do GP do Azerbaijão

Três semanas após divulgar o calendário da temporada 2026, a Fórmula 1 anunciou nesta segunda-feira…

47 minutos ago

Moderna anuncia resultado positivo de teste com vacina contra gripe

A Moderna anunciou que sua vacina experimental contra a gripe, baseada em mRNA, produziu uma…

52 minutos ago

This website uses cookies.