Após percorrerem boa parte da sessão em baixa contida, os juros futuros negociados na B3 acentuaram o ritmo de queda e tocaram mínimas intradia na etapa final do pregão. Segundo participantes do mercado, a percepção de que a Medida Provisória (MP) 1.303, que cria alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), não deve ser aprovada, foi gatilho para o movimento, em um dia de agenda fraca na divulgação de indicadores e alta nos rendimentos dos Treasuries curtos e intermediários.
A leitura do mercado é a de que, sem as receitas provenientes da medida, o governo seria forçado a cortar gastos. Além disso, a aparente derrota do Executivo foi vista como sinal de perda de força do governo atual, o que reduziria chances de reeleição em 2026. A medida precisa receber aval da Câmara e do Senado ainda hoje para não ser engavetada, aprovação que é considerada pouco provável.
Encerrados os negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 diminuiu de 14,132% no ajuste de ontem a mínima intradia de 14,085%. O DI para janeiro de 2028 cedeu de 13,533% no ajuste a 13,475%, também mínima intradiária. O DI para janeiro de 2029 marcou 13,415%, vindo de 13,461% no ajuste da véspera. No trecho mais longo da curva, o DI para janeiro de 2031 caiu de 13,684% no ajuste a 13,640%.
Diretor de gestão e economista da Alphawave Capital, Tiago Hansen aponta que o movimento de fechamento mais expressivo da curva coincidiu com notícias sobre uma rachadura na base governista, enquanto partidos de oposição e bancadas temáticas orientavam voto contrário à medida. “Faz sentido a queda dos DIs, pois isso seria uma derrota do governo”, afirmou Hansen. O Executivo conta com a MP como fonte de arrecadação para 2026, que, de acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seria de cerca de R$ 17 bilhões.
O economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, avalia que a MP “é um verdadeiro quebra-cabeça” do ponto de vista econômico e, se passar da forma como está, pode causar distorções em diversos mercados. Entre as alterações previstas na MP, a mais relevante vem na esteira do IR, com a proposta de equalizar a alíquota em 18% para todos os prazos de investimento, avalia Sanchez. “Anteriormente havia uma alíquota regressiva para incentivar os agentes a manter as aplicações. Agora, a MP aplicaria 18% para todos os horizontes”, observa o economista.
“O ministro da Fazenda, Fernando Haddad já vem falando em alterar a regulação de LCI e LCA sob o argumento de risco na rolagem da dívida. De fato, há competição entre essas modalidades e os títulos públicos, mas a argumentação usada pelo ministro é imprudente, visto que não há qualquer indício de risco significativo na rolagem, considerando o gigantesco colchão criado neste ano”, avalia Sanchez. Para ele, porém, a proposta enfrenta grandes dificuldades de aprovação, dado o tempo exíguo para sua tramitação.
Para Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos, a política fiscal tem sido o principal driver na movimentação da curva a termo e, mesmo desconsiderando a MP 1.303, a percepção de risco fiscal segue elevada, o que impede recuo maior dos juros, especialmente nos trechos mais distantes da curva. “O governo está colocando cada vez mais uma agenda popular em discussão, o que mantém o fiscal em foco”, diz Sueishi, referindo-se aos debates sobre possível gratuidade na tarifa de ônibus e à aprovação ontem pela Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 14, que prevê aposentadoria integral para agentes de saúde. O texto ainda precisa de aval do Senado.
Por: Estadão Conteúdo
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