Taxas futuras cedem com IBC-Br mais fraco, queda do dólar e exterior benigno


Tanto do lado externo quanto doméstico, uma confluência de fatores trouxe os juros futuros para terreno negativo no pregão desta segunda-feira. A contração mais expressiva da atividade evidenciada pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) não chegou a antecipar apostas para o início do ciclo de flexibilização monetária, mas contribuiu para que as taxas tocassem mínimas intradia na primeira parte da sessão.

OS DIs, sobretudo nos vencimentos mais longos, ainda contaram com suporte do exterior, onde os Treasuries mostraram declínio firme, à espera da aguardada redução dos juros pelo Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) define juros no mesmo dia. Outro vetor de alívio para as taxas futuras, o real se apreciou ante o dólar no primeiro pregão da semana, movimento que tende a moderar a inflação e pode contribuir para o BC diminuir a Selic mais cedo.

Encerrados os negócios, a taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) de janeiro de 2027 caiu de 14,019% no ajuste de sexta-feira para 13,995%. O DI para janeiro de 2028 recuou a 13,265%, vindo de 13,299% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2029 cedeu de 13,204% no ajuste para 13,160%, e o DI de janeiro de 2031 ficou em 13,395%, de 13,441% no ajuste antecedente.

Publicado nesta segunda-feira pelo BC, o IBC-Br de julho caiu 0,53% frente a junho, feitos os ajustes sazonais, com retração em todos os setores da economia pesquisados. A queda mensal foi mais forte do que a antecipada pela mediana do Projeções Broadcas

Economista-chefe do banco BMG, Flávio Serrano afirma que o dado de atividade pior do que o esperado não alterou a precificação da curva, que segue apontando 25% de chances de diminuição de 0,25 ponto da Selic em dezembro, ante 70% em janeiro. Os porcentuais são os mesmos de sexta-feira, assim como a taxa final apontada para 2026, de 12,75%. “Não aumentou o orçamento de cortes, mas com a taxa mais tempo parada, eles seriam mais agressivos ao longo de 2026”, explica.

Para Serrano, o IBC-Br, que funciona como um termômetro mensal para o PIB, teve influência sobre o recuo dos vencimentos mais curtos na sessão de hoje, mas o principal gatilho foi externo, o que também vale para os vértices mais distantes da curva – que chegaram a cair mais de 7 pontos-base a partir de 2030 ao longo da tarde. A ampla expectativa por um corte do juro básico americano nesta semana manteve os Treasuries em baixa, tendência que vem sendo observada nos últimos dias.

No âmbito doméstico, o fechamento em toda extensão da curva também teve suporte do câmbio, com o dólar à vista recuando 0,61% na sessão, para R$ 5,3217. Em relatório pré-Copom divulgado nesta segunda, o Itaú manteve seu cenário de que o BC vai começar a reduzir a Selic no primeiro trimestre de 2026. No entanto, a equipe econômica chefiada por Mario Mesquista reconhece que os riscos na direção de um corte ainda em 2025 subiram, o que “pode ocorrer caso se verifique uma valorização ainda mais expressiva da taxa de câmbio ou uma desaceleração mais acentuada da atividade”.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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