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Taxas de juros caem com melhora externa, mas dados locais limitam alívio na ponta curta


Os juros fecharam em queda, estimulada pela melhora do apetite ao risco no exterior que também enfraqueceu o dólar e impulsionou as ações. A senha para a melhora do humor hoje veio do otimismo sinalizado pela Casa Branca em relação a um fechamento de acordo entre as partes. A curva perdeu inclinação, com as taxas longas cedendo mais do que as curtas, cuja maior resiliência esteve associada à leitura conjugada do IPCA de março com o IBC-Br de fevereiro.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 estava na mínima de 14,725%, de 14,783% ontem no ajuste, enquanto a do DI para janeiro de 2027 cedia de 14,50% para 14,31%. A taxa do DI para janeiro de 2029 caía a 14,22%, de 14,44% ontem no ajuste.

No acumulado da semana, as taxas registraram avanço, principalmente nos vértices longos, que melhor refletem o ambiente externo. Os últimos dias têm sido marcados por ofensivas e contraofensivas de EUA e China, mas hoje a indicação da secretaria de Comunicação da Casa Branca, de que Trump continua aberto e otimista com relação a um acordo, serviu de pretexto para uma correção, ainda que o órgão não tenha comentado se os EUA estão em contato ou não com o país asiático para realizar negociações. A sinalização acabou se sobrepondo à informação de que a China elevou a taxa às importações aos EUA a 125%.

Para o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno, ao deixar a porta aberta para um futuro acordo, os EUA evitariam um acirramento da guerra tarifária, embora o ambiente ainda seja de muita volatilidade. “A esperança maior de os EUA e a China chegarem a um entendimento reduz um pouco a incerteza e ajuda a diminuir o prêmio na curva de juros. Os mais longos é que estão caindo mais, que é justamente onde está percepção de risco, pelo aumento do fluxo do investidor estrangeiro”, explicou.

A ponta curta, que oscila basicamente em função da política monetária nos próximos meses, cedeu de forma mais comedida. O IPCA de março, de 0,56%, desacelerou ante fevereiro (1,31%), mas superou a mediana das estimativas (0,54%), e ainda gerou leitura negativa dos preços de abertura. “Os dados qualitativos continuam piorando mês após mês. Assim fica difícil esperar algum ‘refresco’ na política monetária do BC, mesmo com as confusões externas”, afirma Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe da G5 Partners.

O IBC-Br acima do esperado também não ajudou, com alta de 0,40% em fevereiro, na margem, pouco acima do consenso de 0,30%. Após a divulgação do dado, pesquisa relâmpago produzida pelo Projeções Broadcast apontou que a mediana das estimativas para o PIB do primeiro trimestre subiu de 1,1% para 1,2%.



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Estadão

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