Tarifas também tendem a deslocar a curva de oferta para um lugar pior, diz Galípolo


O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 19, que a política comercial dos Estados Unidos tende a deslocar a curva de oferta global a um ponto pior, como já tinha acontecido em função da maior fragmentação do comércio. “Muito se falou de regionalização como uma alternativa à globalização original – ou seja, que quando começa a primeira guerra tarifária entre Estados Unidos e China, que a regionalização estaria se apresentando como uma alternativa ao processo original de globalização. Eu pessoalmente fico com a sensação que o que se desenhou foi meio que um second best, no qual houve um deslocamento da curva de oferta para um ponto pior”, comentou, durante participação em conferência do Goldman Sachs.

Galípolo avaliou que, apesar da integração regional, principalmente na Ásia, a cadeia de valor passa por outros países, como o México, para, no final, escoar aos mesmos mercados a um custo mais elevado.

“Acho que o que está sendo discutido agora, de alguma maneira, tende a caminhar também para um deslocamento da curva de oferta para um ponto pior”, declarou o banqueiro central, apontando também a um segundo movimento da política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump: o desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de títulos, especialmente o norte-americano.

Em sua fala, Galípolo ressaltou a incerteza sobre o futuro, que não pode ser estimada por meio de probabilidade e com impactos de difícil mensuração, algo que, lembrou, vem sendo registrado na comunicação oficial do BC. Nesse ambiente, o BC, pontuou, tem conseguido fazer uma comunicação que tem durado ao longo do tempo porque teve humildade de reconhecer incerteza.

O momento, reforçou Galípolo, demanda cautela e flexibilidade, sendo que a incerteza amplia muito as tensões comuns na comunicação de política monetária. O presidente do BC observou ainda que parece haver um diferencial entre países que têm espaço para estímulo fiscal em meio a uma possível desaceleração econômico.

Provavelmente haverá ruído em estatísticas de vários países em razão das tarifas de Trump, disse Galípolo.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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