SP tem tarde de inverno com frio recorde; na Europa, verão ‘sufoca’


A cidade de São Paulo registrou nesta quarta-feira, 2, a temperatura máxima mais baixa do ano e uma das três menores já registradas. Enquanto isso, o verão europeu continua a causar temperaturas bem acima da média, o que faz ressurgir os questionamentos de especialistas: estações típicas ou com elementos agravados pelas mudanças climáticas?

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergência Climática da Prefeitura de São Paulo (CGE), a média da temperatura máxima foi de 12°C. Na zona sul, em Parelheiros, os termômetros chegaram a apontar 9ºC.

A média máxima de 12ºC estabeleceu um novo recorde de temperatura mais baixa do ano. O recorde anterior foi de terça-feira, com 14,9ºC.

Segundo o CGE, os 12°C são a terceira mais baixa e já foi observada em outras ocasiões, sendo que a última foi em 21 de agosto de 2020. O primeiro lugar ainda fica para os 8,3ºC, registrados no dia 24 de julho de 2013. A massa de ar polar que passa pelo centro-sul do País deve ficar sobre o Estado até segunda-feira. Os valores nos termômetros só devem começar a subir na sexta-feira, mas em ritmo lento.

A Defesa Civil Municipal, com base nos dados meteorológicos do CGE da Prefeitura, mantém a capital em estado de alerta para baixas temperaturas desde o dia 22. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas amarelo e laranja, a depender da região, para declínio de temperatura. Todo o centro-oeste e litoral paulista, incluindo a capital São Paulo, estão com alerta amarelo, de “perigo potencial”.

Atendimento de rua

Ainda ontem, a Prefeitura de São Paulo, em uma medida excepcional, antecipou o início dos atendimentos nas dez tendas da Operação Baixas Temperaturas para as 17h. As equipes do Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas), da SMADS, também realizam busca ativa diurna e noturna, abordando e encaminhando pessoas em situação de rua para os serviços da Prefeitura.

Pela central 156 (ligação gratuita), a população também pode solicitar a abordagem de pessoas em situação de rua. O serviço funciona 24 horas, sem exigência de identificação.

Europa

Grande parte da Europa, enquanto isso, tem sido sufocada pelo tempo quente nos últimos dias – em muitos lugares do sul do continente, as temperaturas se aproximam dos 38ºC e há poucos sinais de alívio. Para especialistas, as ondas de calor ficam mais frequentes e chegam cada vez mais cedo, expondo impactos das mudanças climáticas. Para piorar, isso eleva o risco de incêndios.

Na Itália, houve alertas de calor para pelo menos 16 cidades. Paris chegou a fechar o topo da Torre Eiffel para visitantes e, no sul da França, um reator nuclear teve de ser desligado, porque a descarga de água aquecida em um rio ameaçaria a vida selvagem. Em Londres, o torneio de tênis de Wimbledon teve o dia de abertura mais quente registrado – acima de 32ºC.

“Em alguns lugares na Europa, estamos experimentando temperaturas que nunca foram registradas antes, então é realmente incomum”, disse Carlo Buontempo, diretor do Serviço de Mudança Climática Copernicus, com sede na Espanha. A Europa Ocidental está sob influência de um forte sistema de alta pressão, aprisionando ar seco do norte da África, conforme informou a Organização Meteorológica Mundial (OMM) na terça-feira.

A onda de calor é o resultado do que é conhecido como domo de calor – uma poderosa área de alta pressão na atmosfera. Ela faz com que o ar desça, se comprima e aqueça, suprime a cobertura de nuvens e resulta em sol forte.

“O futuro próximo para a Europa é sombrio. Seca e calor impulsionados por combustíveis fósseis só vão piorar mais rapidamente. Não há volta nisso – apenas aumento contínuo”, disse, nas redes sociais, Peter Carter, diretor do Climate Emergency Institute.

Segundo especialistas, eventos climáticos extremos – como ondas de calor, fortes tempestades e estiagens severas – vão se tornar cada vez mais comuns em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.

O verão 2024/2025 foi o sexto mais quente no País desde 1961, com temperatura 0,34°C acima da média histórica do período de 1991 a 2020. O verão anterior já havia sido o mais quente da série histórica. Em 2023, o Brasil registrou nove ondas de calor e oito em 2024, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Essas ondas se caracterizam, segundo critérios da OMM, por temperaturas máximas que ficam, no mínimo, entre 5ºC e 7ºC acima da média por ao menos cinco dias seguidos. (COM INFORMAÇÕES DO THE NEW YORK TIMES)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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