O pagamento da segunda parcela do 13º salário deve ser feito até 20 de dezembro, e corresponde à complementação do valor total devido. No entanto, diferentemente da primeira parcela, é nessa que incidem todos os descontos obrigatórios, reduzindo consideravelmente o valor final recebido.
Conforme os advogados tributaristas Bruno Medeiros Durão e Adriano de Almeida, do escritório Durão & Almeida, Pontes Advogados Associados, dezembro é o mês em que surgem mais dúvidas e frustrações. “O trabalhador recebe a primeira parcela sem nenhum desconto e cria uma expectativa equivocada. É na segunda metade que vem o impacto do INSS e, dependendo da faixa salarial, também do imposto de renda”, explica Bruno Durão.
Adriano de Almeida reforça que a falta de informação faz muita gente acreditar que houve erro no cálculo. “A segunda parcela sempre chega menor porque é nela que o empregador desconta todos os tributos. Não é erro: é a regra. E isso ainda pega muita gente de surpresa”, afirma.
Para melhorar a organização e evitar prejuízos com a segunda parcela do 13º salário, os especialistas listam 5 pontos essenciais:
1. INSS: o primeiro desconto que reduz o valor final
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) incide sobre o valor integral do 13º, seguindo a tabela progressiva. Quanto maior for o salário, maior será a alíquota aplicada, o que pode resultar em uma redução que chega a centenas de reais para alguns trabalhadores.
2. Imposto de renda: aplicado somente para quem passa da faixa de isenção
O imposto de renda não é cobrado de todos. Mas, para quem supera o limite de isenção, o desconto pode ser significativo. “É comum o trabalhador esquecer que o 13º também faz parte da base do imposto de renda. Isso gera surpresa e frustração quando o valor líquido cai bem menor”, destaca Adriano de Almeida.

3. Adiantamento do 13º pode se transformar em armadilha financeira
A primeira parcela do 13°, paga em novembro, chega sem descontos. Toda a tributação é feita sobre a segunda metade, recebida agora em dezembro. “A pessoa recebe o adiantamento ‘cheio’ e gasta acreditando que a segunda parcela virá no mesmo padrão. Essa é uma das principais causas de descontrole no fim do ano”, alerta Bruno Durão.
4. Reservar parte do 13º para dívidas evita juros altos em janeiro
Organizar contas atrasadas, renegociar débitos e quitar dívidas com juros acumulados pode fazer o benefício render mais do que seria possível com compras de fim de ano.
5. Quem se planeja agora pode pagar menos imposto em 2026
Despesas dedutíveis realizadas em dezembro, saúde, educação e previdência podem reduzir o imposto devido em abril. “O 13º pode servir como ferramenta de economia futura. Organizar recibos e antecipar gastos dedutíveis faz diferença na declaração do ano seguinte”, explica Adriano de Almeida.
Por Thainara Martins
Fonte: Portal EdiCase











