O Sudeste vê mais moradores saírem do que entrarem pela primeira vez desde 1991, quando o Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou esse tipo de medição. O balanço negativo foi de 121 mil pessoas entre 2017 e 2022, conforme os dados divulgados nesta sexta-feira, 27.
O Sul, por sua vez, registrou a maior diferença positiva entre novos residentes e moradores que deixaram a região (362 mil). Esse aumento no chamado saldo migratório é impulsionado por Santa Catarina, que teve o maior balanço positivo do País, superando São Paulo.
Em três décadas, o território paulista também registrou esse movimento inédito: mais gente saiu do que entrou pela primeira vez.
Depois do Sul, o segundo maior saldo migratório é do Centro-Oeste. Já o Nordeste, historicamente terra natal de grandes contingentes de trabalhadores em busca de novas oportunidades, tem queda no ritmo de emigração.
O avanço do agronegócio ajuda a explicar o interesse pelo Sul e pelo Centro-Oeste. Além disso, o reforço desse setor econômico tende a aumentar a oferta de emprego em outras áreas, como no funcionalismo público e no comércio local.
Também pesam a possibilidade do trabalho remoto e um movimento de troca de grandes centros urbanos por cidades menores, em busca de mais qualidade de vida. Nas metrópoles, como São Paulo, a insegurança pública e as falhas na mobilidade estão entre as principais queixas.
O Censo revela essas mudanças na origem dos migrantes. Para os empregos na agroindústria e na construção civil em Santa Catarina, por exemplo, os nordestinos eram o principal público vindo de fora.
Agora o Censo revela fluxo forte vindo do Pará, que já responde por quase 9% dos novos moradores. Entre as cidades de mais apelo, estão Joinville e Itajaí.
Em muitos casos ganha força um movimento de retorno de nordestinos. “Os migrantes do Sudeste para o Nordeste são fluxos metrópole-interior. Pessoas que saem das metrópoles do Sudeste e vão para o interior, cidades não metropolitanas. Isso está relacionado ao crescimento econômico no Nordeste”, diz Luís Magalhães, coordenador adjunto do Observatório das Migrações da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Em Florianópolis e arredores, o misto de belas praias, segurança e entretenimento também atrai nômades digitais e idosos, o que dá à região o apelido de “Flórida brasileira”, Estado para onde muitos americanos vão depois da aposentadoria.
Já no Centro-Oeste, a atração é puxada por Goiás (saldo migratório de 186 mil) e por Mato Grosso (saldo de quase 104 mil).
A unidade da federação que destoa das demais na região é o Distrito Federal, com mudança expressiva para Goiás – metade das pessoas que emigraram de Brasília no período do Censo, teve o Estado vizinho como destino.
É possível que isso leve á criação de uma região metropolitana próxima ao Distrito Federal, com preços mais baixos de aluguel e menor concentração urbana.
O êxodo do Sudeste é puxado pelo Rio de Janeiro, que teve saldo migratório negativo de 165 mil. Nos últimos anos, a população do Estado tem sido impactada por sucessivos episódios de violência urbana e crises na indústria do petróleo, da qual a economia fluminense é bastante dependente.
Por: Estadão Conteúdo
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