Em um jogo com o segundo tempo extremamente movimentado, Atlético-MG e Santos ficaram no 1 a 1 na Arena MRV neste domingo (14), pela 23ª rodada do Brasileirão. Com um a menos, o time paulista conseguiu o empate com gol de pênalti de Tiquinho Soares, que não marcava desde abril. Igor Gomes abriu o placar para os mandantes.
A igualdade é ruim para os dois oponentes, que não mudam suas situações no Campeonato Brasileiro. Ambos ficam bem próximos à zona de rebaixamento, com o Santos estacionando nos 22 pontos, e o Atlético nos 24. O Vitória, que neste sábado (13) perdeu para o Fortaleza, abre o Z-4 com a mesma pontuação santista.
A primeira etapa foi claramente mais favorável ao Santos. Apesar de ter tido mais posse de bola, o Atlético pouco – ou nada – fez para ameaçar o goleiro Gabriel Brazão. O técnico Juan Pablo Vojvoda avançou as linhas santistas, o que dificultou consideravelmente a criação de jogadas dos mandantes.
Enquanto isso, do outro lado, Jorge Sampaoli recuou seu time, optando por defender antes da linha de meio-campo. Resultado: uma maior liberdade para o setor ofensivo do Santos. Nas poucas vezes que o Atlético chegou à frente, nada fez além de inflamar a torcida.
O bom primeiro tempo do Santos teve um protagonista: Neymar. O astro começou o jogo preocupando seu torcedor: com uma entorse de tornozelo no primeiro minuto, que o fez voltar a campo com expressão de dor. Aos 5 minutos, ele chutou sozinho para a defesa de Everson, mas tomou um carrinho de Scarpa e foi ao chão mais uma vez. O segundo lance de perigo também veio com camisa 10, mas novamente sem eficácia.
Os dois times foram aos vestiários mantendo um incômodo jejum de gols. A última vez que o Santos marcou foi em 10 de agosto, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro. Para o Atlético, a última vez que balançou as redes foi em 21 de agosto, no 1 a 0 sobre o Godoy Cruz pela Sul-Americana.
Na volta do intervalo os papéis se inverteram. Sampaoli mexeu no seu time para melhorar a qualidade no meio-campo, enquanto Vojvoda voltou com a mesma equipe, visto que esteve melhor na primeira etapa. O segundo tempo começou mais movimentado, com os dois goleiros tendo de trabalhar com menos de 3 minutos de bola rolando.
O jogo foi paralisado pela primeira vez para atendimento de Gabriel Brazão, que teve um grande inchaço na testa após colisão com Igor Gomes dentro da área. O arqueiro continuou em campo com uma touca de proteção.
Alguns lances depois do atendimento médico, Zé Ivaldo foi expulso após falta em Hulk. Como ele já tinha cartão amarelo, acabou sendo punido com o vermelho e foi para os vestiários mais cedo. Vojvoda se viu então obrigado a mudar pela primeira vez, colocando o defensor Adonis Frías no lugar do atacante Guilherme.
A ausência de um zagueiro não demorou para fragilizar o Santos, que não conseguiu balancear sua defesa a tempo. Igor Gomes arrancou após belo passe de Gustavo Scarpa e abriu o placar aos 14 minutos. Novamente cara a cara com Brazão, desta vez o meia atleticano não teve problemas para marcar e acabar com o incômodo jejum de gols da equipe mineira.
Aos 19 minutos, Brazão voltou a preocupar. A ambulância entrou em campo depois que os jogadores sinalizaram quando o goleiro santista foi ao chão mais uma vez. O arqueiro foi imediatamente atendido pela equipe médica, imobilizado e encaminhado para a unidade de saúde mais próxima ao estádio. O reserva Diógenes foi a campo, sendo uma substituição pelo protocolo de concussão da CBF.
Uma vez protagonista da primeira etapa, Neymar sumiu no segundo tempo. É bem verdade que, com um jogador a menos, Vojvoda recuou sua equipe, adotando uma postura completamente diferente à apresentada anteriormente. O camisa 10 saiu aos 35 minutos bastante vaiado pela torcida na Arena MRV.
Neymar, que é bastante crítico aos gramados sintéticos, teve sua primeira experiência com o campo artificial desde que retornou ao Brasil. Ele ainda não teve a oportunidade de encarar o Palmeiras no Allianz Parque, e nem o Botafogo no Nilton Santos, duas arenas com este tipo de solo.
Lyanco fez pênalti em Tiquinho Soares e deu ao Santos a oportunidade de empatar o marcador. O camisa 9 já tinha feito Everson trabalhar logo que saiu do banco de reservas. Desta vez, o goleiro do Atlético até acertou o canto, mas não conseguiu evitar a igualdade. O atacante encheu o pé para encerrar os dois tabus de gols: seu e do time paulista. Tiquinho não ia às redes desde 20 de abril.
Foram 16 minutos de acréscimos por conta dos dois atendimentos a Gabriel Brazão. Diógenes chegou a trabalhar mais de uma vez e conseguiu evitar o triunfo mineiro, que subiu pro ataque para o tudo ou nada. Porém, o apito final veio e nenhum dos dois treinadores argentinos conseguiu ainda vencer no segundo compromisso de ambos diante das suas respectivas equipes.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO-MG 1 X 1 SANTOS
ATLÉTICO-MG – Everson; Natanael, Lyanco, Vitor Hugo e Guilherme Arana; Fausto Vera (Alexsander), Alan Franco (Júnior Santos) e Gustavo Scarpa (Reinier); Cuello (Dudu), Hulk e Rony (Igor Gomes). Técnico: Jorge Sampaoli.
SANTOS – Gabriel Brazão (Diógenes); Igor Vinícius, Zé Ivaldo, Luan Peres e Escobar; João Schmidt (Thaciano), Zé Rafael, Neymar (Robinho Jr) e Victor Hugo (Caballero); Guilherme (Adonis Frías) e Lautaro Díaz (Tiquinho Soares). Técnico: Juan Pablo Vojvoda.
GOLS – Igor Gomes, aos 14 minutos, e Tiquinho Soares, aos 41 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Zé Ivaldo 2x, Escobar e Igor Vinícius (Santos); Hulk, Alexsander (Atlético).
CARTÕES VERMELHOS – Zé Ivaldo (Santos).
JUIZ – Bruno Arleu de Araújo (RJ).
PÚBLICO – 38.262 torcedores.
RENDA – R$ 2.039.408,79.
LOCAL – Arena MRV (MG).
Por: Estadão Conteúdo