Saiba como lidar com a sobrecarga de decisões no trabalho



Tomar decisões faz parte da rotina de todo profissional, e quanto maior o nível de responsabilidade, mais escolhas precisam ser feitas ao longo do dia. O desafio é que, no atual ritmo, esse volume de decisões pode se tornar um dos principais motivos de sobrecarga de trabalho e queda de produtividade.

De acordo com uma pesquisa conduzida pela Pluxee, empresa de benefícios corporativos, quase um terço dos trabalhadores brasileiros (28%) já pediu demissão por sentir que o trabalho estava afetando seu equilíbrio emocional, e 21% consideraram se afastar pelo mesmo motivo.

O levantamento, realizado com cerca de três mil profissionais de diferentes setores, mostra ainda que apenas 22% avaliam sua carga de trabalho como leve, enquanto outros 22% a classificam como pesada, com períodos de sobrecarga. Além disso, seis em cada dez profissionais afirmam ter dificuldade para fazer pausas durante o expediente, um reflexo direto da rotina acelerada e da pressão constante por decisões rápidas e eficazes.

Para Rennan Vilar, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, os dados revelam um alerta importante sobre o modelo de produtividade adotado por muitas empresas. “Estamos vivendo uma era de excesso de informações, de estímulos, de urgências. Isso impacta diretamente a forma como as pessoas priorizam e tomam decisões. Quando tudo parece urgente, o cérebro entra em modo de reação constante, e o trabalho deixa de ser estratégico para se tornar apenas operacional”, explica.

Sinais de alerta da sobrecarga de decisões

Rennan Vilar observa que a sobrecarga decisória nem sempre é percebida de imediato. “Muitas vezes, o profissional sente que está sendo produtivo, quando, na verdade, está apenas respondendo a demandas em ritmo acelerado, sem tempo para refletir. É um tipo de cansaço que se acumula e afeta a qualidade das entregas e das relações no trabalho”, afirma.

Entre os principais indicadores de que a pessoa está enfrentando fadiga decisória, o diretor cita:

  • Dificuldade em definir o que é prioridade;
  • Procrastinação de tarefas simples;
  • Perda de foco e dispersão frequente;
  • Dúvidas constantes diante de escolhas rotineiras;
  • Sensação de estar sempre “apagando incêndios”.
Planejar o dia com antecedência ajuda a evitar decisões reativas e a sobrecarga de trabalho (Imagem: TippaPatt | Shutterstock)

Como organizar as prioridades e manter a clareza

Segundo Rennan Vilar, o segredo para lidar com a sobrecarga de decisões está em equilibrar ritmo e clareza. “É fundamental compreender que decidir com qualidade exige tempo, foco e contexto. Quando a agenda está tomada por reuniões e interrupções, a capacidade analítica cai. É por isso que a organização e a gestão do tempo são peças-chave para manter a performance sustentável”, destaca.

O profissional recomenda algumas práticas simples para melhorar a tomada de decisão e reduzir o estresse cotidiano:

  • Planejar o dia com antecedência: definir blocos de tempo e objetivos claros ajuda a evitar decisões reativas;
  • Delegar responsabilidades: distribuir decisões entre líderes e equipes fortalece a autonomia e o senso de pertencimento;
  • Evitar a multitarefa: concentrar-se em uma decisão por vez aumenta a qualidade e a segurança nas escolhas;
  • Definir limites de agenda: reservar períodos livres de reuniões é essencial para pensar estrategicamente;
  • Revisar decisões importantes com outras perspectivas: consultar colegas ou líderes de confiança antes de decisões complexas amplia a visão e reduz erros por impulso.

O papel das empresas na criação de um ambiente mais leve

Para o diretor de Pessoas e Cultura, a forma como uma empresa estrutura sua rotina de trabalho tem impacto direto sobre a clareza e a produtividade dos colaboradores. “Quando tudo é urgente e o volume de tarefas é desproporcional, as pessoas perdem a referência do que realmente importa. O papel da liderança é ajudar a reconectar propósito e prioridade”, explica Rennan Vilar.

Ele reforça que uma cultura organizacional saudável deve valorizar a objetividade e a comunicação transparente. “Empresas que oferecem suporte e clareza sobre o que é essencial para o negócio tendem a ter equipes mais engajadas e decisões mais alinhadas”, complementa.

Por fim, Rennan Vilar ressalta que a qualidade das decisões também depende da disciplina pessoal de cada profissional. “Manter uma rotina organizada, revisar objetivos semanalmente e reservar momentos para refletir antes de agir são atitudes que fazem diferença. A clareza não vem do ritmo, mas da pausa”, afirma. Para ele, as melhores decisões são aquelas que equilibram propósito, impacto e viabilidade. “Nem toda escolha precisa ser imediata. Às vezes, o mais produtivo é parar para pensar”, conclui.

Por Nayara Campos





Fonte: Portal EdiCase

Redação EdiCase

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