A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) divulgou um novo prazo para a conclusão das obras da cratera localizada na Marginal do Tietê. A previsão é concluir a recomposição completa do interceptor até o fim de março de 2026.
A empresa afirma que concluiu a estabilização do solo no local e agora trabalha na limpeza e recuperação de parte do interceptor, uma das principais estruturas do sistema de esgoto da capital e Grande São Paulo.
Conforme a Sabesp, as equipes da companhia acessaram o interceptor de esgoto, uma tubulação de 2,50 metros de diâmetro, a 18 metros de profundidade. “Confirmaram que a estrutura está preservada. O trabalho atual é a retirada manual e mecanizada de grande quantidade de entulho, areia e escombros que obstruÃam o trecho. A previsão é concluir a recomposição completa do interceptor até o final de março de 2026”, disse.
Roberval Tavares, diretor de Engenharia e Inovação da Sabesp, afirma que o maior desafio é garantir a operação do sistema de esgotamento sanitário e, ao mesmo tempo, a segurança das equipes.
“Estamos trabalhando a 18 metros de profundidade, com pessoas dentro de uma tubulação em operação, por isso todo o processo é planejado para preservar vidas”, afirmou ele.
Para viabilizar o acesso ao interceptor, a companhia realizou um desvio temporário que permite transferir 2.750 litros por segundo de esgoto, distribuÃdo por diversas estruturas e trechos da Marginal Tietê.
São seis ações operando:
– Três sistemas montados sobre as pontes da Casa Verde, Freguesia do Ó e Piqueri, onde o esgoto é bombeado por tubulações sobre as vias até outro interceptor na margem oposta;
– Um bombeamento por baixo do rio Tietê, por uma tubulação chamada sifão, também na altura da Ponte do Piqueri;
– Um desvio por tubulações instaladas no canteiro da marginal Tietê, ao lado do buraco, na região da Ponte AtÃlio Fontana;
– Uma reversão na Vila Maria, que está bombeando o esgoto dessa região “ao contrário”, para a estação de tratamento do Parque Novo Mundo.
Ainda de acordo com a Sabesp, a adoção de uma tecnologia inédita para a recuperação do interceptor permite a entrada segura de profissionais na tubulação.
Chamado de Ecoryon, trata-se de um gel quÃmico injetado no solo que cria uma barreira impermeável, garantindo estabilidade e segurança durante as escavações.
Segundo a Sabesp, o produto funciona como uma espécie de cola lÃquida que endurece dentro do terreno, impedindo infiltrações e reduzindo possÃveis riscos.
“Essa tecnologia é fundamental para garantir que as equipes possam trabalhar com segurança. O Ecoryon cria uma barreira dentro do solo, bloqueando totalmente a passagem de água e esgoto no trecho em intervenção, o que permite que as obras avancem sem comprometer a estrutura e a segurança de todos”, acrescenta Tavares.
Transtornos na região
Conforme reportagem do Estadão, os transtornos provocados pelo trânsito pioraram na região a partir de abril, quando o buraco se abriu na pista central via. O asfalto cedeu 400 metros da Ponte AtÃlio Fontana, nas proximidades da saÃda da Rodovia Anhanguera. A via foi interditada.
Um mês depois, no dia 11 de maio, a cratera surgiu novamente no mesmo lugar. Para aliviar o trânsito, foram construÃdas novas alças. São duas faixas provisórias, na altura da Ponte AtÃlio Fontana.
Desta forma, os veÃculos que passam pela região seguem utilizando esse acesso provisório que foi entregue em maio.
Por: Estadão Conteúdo









