Relatora da CPI das Bets reclama de ‘não ouvir os criminosos’ e diz não se incomodar com memes


A relatora da CPI das Bets, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), afirmou nesta quinta-feira, 22, estar insatisfeita com o fato de a investigação não estar focada nos crimes de estelionato e lavagem de dinheiro envolvendo casas de apostas.

Apesar de afirmar não se incomodar com a convocação de influenciadores para depor no colegiado, como Virgínia Fonseca e Rico Melquíades, Soraya avalia que o tempo da CPI poderia ser melhor aproveitado para a apuração de esquemas criminosos.

Os depoimentos de influenciadores na CPI das Bets têm repercutido nas redes sociais e gerado memes – mensagens com imagens em tom humorístico.

Segundo a senadora, a presença deles “atrai a atenção de quem joga” e contribui para a conscientização sobre o tema. No entanto, ela teme não conseguir colher depoimentos de pessoas suspeitas de estarem ligadas a esquemas criminosos dentro das casas de apostas no prazo para o encerramento da CPI, em 14 de junho.

“Eu estou com o prazo estourando e preciso ouvir gente que está lavando dinheiro”, disse Soraya ao Estadão.

A relatora usou como exemplo a sessão desta quarta-feira, 21, que ouviu o padre Patrick Fernandes. “O padre poderia ter sido ouvido em uma audiência pública. A gente não precisaria usar um dia de CPI para fazer isso e no tempo da reunião chamar outros depoentes que já estão aprovados”, reclamou.

O presidente da CPI, senador Hiran (PP-RR), justificou a oitiva do padre no requerimento, alegando que o religioso é “uma referência ética e espiritual para muitos”.

A oitiva de Patrick Fernandes foi a única reunião da CPI das Bets nesta semana. Para a relatora, ouvir o padre e outros influenciadores não seria um problema se o presidente marcasse mais sessões semanais da comissão. Ela acredita, no entanto, que convocar apenas esse tipo de personalidade acaba servindo como “cortina de fumaça para o crime”.

Inclusão dos influenciadores no relatório

A CPI estuda incluir os influenciadores que divulgam as casas de aposta no relatório final e possivelmente indiciá-los. No entanto, é possível que o texto final nem chegue a ser apreciado pela comissão. Há um movimento de senadores da “bancada das bets” para esvaziar a CPI e os trabalhos têm sido marcados por falta de quórum.

A CPI colheu o depoimento, na semana passada, do influenciador digital Rico Melquíades, vencedor da edição de 2021 do programa A Fazenda, da TV Record. Ele é investigado na Operação Game Over, da Polícia Civil de Alagoas.

Aos senadores, ele repetiu a estratégia de Virgínia Fonseca, ouvida na véspera, e disse que apenas firma contratos de publicidade com uma empresa de apostas porque a legislação assim o permite.

Com milhões de seguidores nas redes sociais, ambos buscaram se afastar de implicações negativas sobre apostadores dizendo que fazem recomendações sobre jogar com responsabilidade.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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