A Comissão de Estudos criada pela Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) para debater uma reforma ampla do Poder Judiciário avalia que o Supremo Tribunal Federal (STF) “se tornou um grande tribunal penal”. Segundo o presidente da OAB-SP, Leonardo Sica, a proposta é caminhar para um sistema de Justiça menos politizado.
Sica afirma que o STF investe tempo e recursos em julgamentos criminais, o que acaba dificultando a apreciação de matérias constitucionais. “Julga muitos políticos, e quem julga muitos políticos fica muito próximo, se aproxima excessivamente da classe política. A gente acha que tem que ter um ajuste nessa regra”, afirmou o presidente da OAB-SP em entrevista à CNN Brasil nesta terça-feira, 1.
O dirigente da OAB-SP diz que uma das propostas estudadas é justamente a redução da competência criminal do STF. A comissão da OAB-SP, ao final dos debates, deve elaborar duas propostas que serão apresentadas ao Congresso e à presidência do Supremo até junho de 2026.
O presidente da entidade acredita que o papel principal do Supremo é o de defender a Constituição e que a reforma é necessária para evitar sobrecarga do tribunal com questões políticas e criminais.
Como exemplo, Sica cita a possível intervenção da Advocacia-Geral da União (AGU) e STF na crise entre os Poderes Legislativo e Executivo, após o Congresso Nacional derrubar o decreto do governo que ampliava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Não é o lugar para isso ser discutido. Isso faz mal ao Tribunal. Isso politiza o Tribunal”, comentou o presidente da OAB.
Na reunião inaugural do grupo de trabalho, no dia 23 de junho, Sica destacou a judicialização da vida pública, em que temas centrais, como saúde, educação, segurança e questões morais ou econômicas, são decididos pelos tribunais.
Para ele, o fenômeno é positivo e reflete a confiança da sociedade brasileira no sistema de justiça. “O brasileiro confia no Judiciário. O brasileiro recorre ao Judiciário. O brasileiro confia no Estado de Direito. O brasileiro confia nas leis”, diz. No entanto, Sica reforça que a cooperação é a “única via de acesso para que o Judiciário dê conta dos enormes desafios que o Brasil apresenta nesta etapa da vida nacional”.
A Comissão de Estudos para Reforma do Judiciário
A Comissão deverá debater questões como foro privilegiado e regras para mandatos dos ministros do STF, hoje vitalícios – os ministros só precisam sair da Corte quando chegam aos 75 anos e se aposentam compulsoriamente.
Também estão na pauta diretrizes de processos, como julgamento virtual, taxas e custas do Judiciário e direito de manifestação síncrona (em tempo real) dos advogados durante os julgamentos.
O grupo será formado por dois ex-presidentes do Supremo Ellen Gracie e Cezar Peluso, dois ex-ministros da Justiça Miguel Reale Júnior e José Eduardo Martins Cardozo, e nomes importantes da Academia dedicados a estudos sobre o tema – Maria Tereza Sadek, Oscar Vilhena e Alessandra Benedito.
Dois ex-presidentes da OAB também vão participar da comissão: Patricia Vanzolini (OAB SP) e Cezar Britto (OAB Nacional).
Por: Estadão Conteúdo
Nesta sexta-feira, os movimentos dos astros favorecerão transformações e momentos de introspecção. Enquanto alguns nativos…
O esperado confronto entre o Flamengo, líder do Campeonato Brasileiro, e Cruzeiro, que buscava uma…
Apesar de ter saído atrás no placar, o Criciúma não se entregou e conseguiu um…
Luiz Gustavo, aos 38 anos, foi o melhor jogador da vitória do São Paulo sobre…
No jogo mais esperado da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro, tido por muitos como uma…
Atual campeão da Copa Libertadores de futebol feminino, o Corinthians estreou na competição com um…
This website uses cookies.