Receita Federal faz operação para rastrear origem de substância em bebidas alcoólicas


Por Redação O Estado de S. Paulo – 16/10/2025 10:45

A Receita Federal realiza nesta quinta-feira, 16, a Operação Alquimia para coletar amostras para análises químicas que possibilitem rastrear a procedência do metanol e compará-las com as obtidas em bebidas falsificadas que foram apreendidas. A ação, realizada em cinco Estados, foi motivada pelo crescimento de ocorrências envolvendo casos de intoxicação pela substância.

De acordo com a Receita Federal, a coleta de elementos e amostras pelos órgãos da força-tarefa ocorre em 24 empresas, incluindo atuantes do setor sucroalcooleiro, importadores e distribuidores de metanol, localizadas em cidades de cinco Estados: São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As empresas selecionadas para as coletas de elementos e amostras foram selecionadas com base no potencial de envolvimento na cadeia do metanol, desde a importação da substância até sua possível destinação irregular. Entre os alvos estão importadores, terminais marítimos, empresas químicas, destilarias e usinas.

A Polícia Federal, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e o Ministério da Agricultura e Pecuária também participam da operação.

Alvos da Operação Alquimia:

Os importadores são responsáveis pela entrada do metanol no País, utilizando-o em seus processos produtivos e revendendo o produto para empresas químicas.

Empresas armazenam grandes quantidades de metanol em terminais marítimos, de onde são enviados para fábricas ou clientes finais, sendo que, em caso de vendas, o produto é diretamente despachado para o comprador.

Empresas químicas compram metanol de importadores para uso industrial ou para revenda a outras indústrias químicas. Há evidências de que algumas desviaram metanol da cadeia de produção regular.

Destilarias sob investigação são suspeitas de comprar metanol de empresas conhecidas como “noteiras”, com notas fiscais que apontam para caminhões e motoristas que nunca chegaram aos destinos declarados, indicando potencial fraude documental.

As usinas, produtoras e distribuidoras de etanol anidro e hidratado, também estão sendo verificadas por atuarem em pontos estratégicos da cadeia, fundamentais para rastrear eventuais lotes adulterados ou irregularidades na distribuição do produto.

Trata-se de um desdobramento das operações Boyle e Carbono Oculto, que revelaram um esquema de adulteração de combustíveis com metanol. “Há fortes indícios de que esse combustível adulterado esteja sendo utilizado na fabricação clandestina de bebidas alcoólicas, configurando uma cadeia de irregularidades com alto potencial de risco à saúde pública”, disse ainda a Receita Federal.

A Operação Boyle foi conduzida para apurar possíveis casos de adulteração de combustíveis por meio da utilização de metanol. A partir da análise do material apreendido, surgiu a Operação Carbono Oculto.

A Operação Carbono Oculto revelou um esquema que consistia na compra de metanol importado por empresas químicas regulares, que o repassavam a empresas de fachada. Essas, por sua vez, desviavam o produto para postos de combustíveis, onde o metanol era adicionado de forma ilícita à gasolina comercializada ao consumidor final, de acordo com a Receita Federal.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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