
Com o avanço dos treinos de força, das corridas de rua e dos esportes de resistência, um novo desafio tem ganhado atenção entre quem busca saúde e alto desempenho: manter o equilíbrio muscular do corpo. Entre os grupos mais negligenciados estão os adutores da coxa, essenciais para a estabilidade do quadril e para o alinhamento das pernas durante movimentos cotidianos. Quando essa musculatura é enfraquecida, o corpo passa a compensar de forma inadequada, sobrecarregando joelhos, lombar e estruturas adjacentes, um cenário que favorece dores persistentes e lesões evitáveis.
Por que o treino de adutores é fundamental?
Para Thiago Isbelo, profissional de educação física da TotalPass — solução de bem-estar e saúde integrada no âmbito corporativo —, esse problema nasce do foco excessivo nos músculos mais famosos, como quadríceps e glúteos. Segundo ele, essa atenção desproporcional acaba deixando de lado regiões igualmente determinantes para o bom funcionamento do corpo, como os adutores.
“É muito comum que as pessoas priorizem grupos musculares que parecem mais importantes ou mais evidentes, e acabem ignorando os adutores. Mas são justamente esses músculos que garantem estabilidade lateral, controle do quadril e eficiência dos movimentos”, afirma.
O especialista reforça que a falta de força nessa região altera a mecânica do movimento de forma silenciosa, mas impactante. “Quando os adutores estão fracos, o corpo busca compensações em outras partes. Parece inofensivo no início, mas esse desajuste aumenta o risco de sobrecarga nos joelhos, no quadril e na lombar. É uma cadeia que começa pequena e termina com dor”, explica Thiago Isbelo. Esse desequilíbrio também compromete a postura, diminui a precisão de movimentos e afeta diretamente modalidades como corrida, futebol, tênis e treinos funcionais.
Benefícios dos exercícios para os músculos adutores
Segundo o profissional de educação física, incluir exercícios específicos para adutores na rotina não é apenas uma recomendação técnica, é uma medida preventiva com efeitos reais no dia a dia. “Fortalecer essa musculatura é como reforçar a fundação de uma casa. Você garante que tudo acima esteja alinhado, estável e seguro. É um investimento simples que melhora a postura, reduz o risco de lesões crônicas e aumenta a eficiência de qualquer tipo de treino”, destaca Thiago Isbelo.
Embora a cadeira adutora seja um dos equipamentos mais eficientes para isolar essa musculatura na academia, Thiago Isbelo destaca que bons resultados também podem ser obtidos com exercícios funcionais. Essa é uma vantagem importante, especialmente para quem treina em casa ou para quem busca variar estímulos. “Você não precisa de grandes estruturas para trabalhar bem os adutores. Com movimentos básicos e consistência, já é possível sentir ganho de força e estabilidade”, reforça o profissional.
A seguir, Thiago Isbelo indica 3 alternativas à cadeira adutora para treinar em casa ou na academia. Confira:
1. Elevação lateral de perna

Esse exercício é feito deitado no chão, com o corpo alinhado e o apoio sobre um dos lados. A perna de cima é levantada em direção ao teto enquanto o tronco permanece estável, evitando inclinar o quadril. A descida deve ser lenta, para manter o controle muscular durante toda a trajetória.
“Um ponto importante é manter o abdômen firme, porque isso evita que a lombar participe do movimento”, orienta Thiago Isbelo. Para quem já tem mais força, o uso de faixas elásticas ou pesos no tornozelo eleva a dificuldade.
2. Elevação lateral em quatro apoios

Em posição de quatro apoios, com mãos e joelhos no chão, a pessoa afasta uma das pernas para o lado enquanto mantém o joelho dobrado. O foco é abrir o quadril sem girar a coluna ou deslocar o tronco para trás. “A ideia é mover só a perna, mantendo o restante do corpo no lugar. Essa estabilidade é o que faz o exercício funcionar”, explica o especialista. O movimento deve ser realizado de forma controlada, e uma faixa elástica acima dos joelhos pode acrescentar resistência e melhorar a ativação muscular.
3. Abdução em pé com apoio

De pé e com leve apoio em uma parede ou cadeira, o praticante desloca uma das pernas lateralmente, mantendo o tronco firme e o quadril alinhado. A perna não precisa subir muito; o importante é que o corpo não incline para compensar o esforço.
“É um exercício que parece simples, mas exige bastante coordenação para manter tudo estável”, comenta Thiago Isbelo. Elásticos nos tornozelos tornam o movimento mais intenso e ajudam a reforçar tanto os adutores quanto os músculos estabilizadores do quadril.
Por Juliana Antonucci
Fonte: Portal EdiCase











