Quem era o traficante ‘Professor’, chefe do Comando Vermelho morto com tiro na cabeça


Apontado pela polícia como membro da alta cúpula do Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa do Rio de Janeiro, o traficante Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, morreu com um tiro na cabeça na noite deste domingo, 1°. Ele estava foragido da Justiça desde 2018, após fugir da cadeia, e se escondia no Complexo do Alemão.

Nesta segunda-feira, 2, segundo a Secretaria Municipal de Educação, 16 escolas da região suspenderam as aulas, em razão da morte do “Professor”. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Gregório.

De acordo com a Polícia Militar do Rio, o traficante deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, na zona norte do Rio, por volta das 21h30 de domingo, com uma marca de tiro na têmpora. Ele foi levado por seu advogado e por uma mulher com quem ele mantinha uma relação extraconjugal, segundo a polícia.

Na unidade, foi constatado o óbito. A mulher disse aos policiais que Fhillip se suicidou e entregou a arma que teria sido usada. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Implante e lipo

O “Professor” controlava o tráfico na favela da Fazendinha, no Complexo do Alemão e, desde que passou a ser procurado pela policia, não deixava o local. Para que não fosse reconhecido, ele fez implante de cabelo e lipoaspiração em clínicas clandestinas do complexo. A Polícia Federal chegou a investigar uma suposta cobertura dada a ele por policiais militares em troca de pagamento de propina. O caso ainda é apurado.

Segundo a PF, Fhillip era responsável pela compra e logística de entrega de armas, drogas e munições para quadrilhas ligadas ao CV. Ele teria contatos com fornecedores do Paraguai, Peru, Bolívia e Colômbia.

O “Professor” foi preso pela PF em março de 2015. Condenado a 14 anos de prisão, ele deixou a cadeia em setembro de 2018, após receber o benefício da “visita periódica ao lar”. Ele saiu do Instituto Penal Edgard Costa e nunca mais voltou.

Em novembro de 2020, o traficante foi reconhecido entre integrantes de uma quadrilha que entraram em confronto com policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Fazendinha. O “Professor” escapou. Na favela, ele atuava cobrando taxas para dar proteção a comerciantes. Um supermercado de Inhaúma, que teria se negado a pagar, foi saqueado por moradores, supostamente incentivados pelo traficante.

Em 2023, uma operação da PF identificou o “Professor” como um dos principais envolvidos em um esquema de importação e tráfico de armas a partir do Paraguai junto a países europeus: Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia. As armas abasteciam o CV e grupos criminosos de países vizinhos.

Conforme a Polícia Civil do Rio, apesar da informação de suicídio, todas as circunstâncias da morte do traficante estão sendo investigadas. O corpo foi submetido à necropsia e a arma que teria matado o “Professor” foi encaminhada para perícia.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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