quem é o deputado de SP investigado por agredir a ex-mulher


Denunciado por perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra a ex-mulher Cíntia Chagas, o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) está em seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Alinhado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Bove foi alvo de um pedido de cassação no Conselho de Ética da Casa, rejeitado por maioria dos parlamentares em agosto deste ano.

Bove é um dos parlamentares paulistas mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele esteve com o ex-chefe do Executivo horas antes do decreto de prisão domiciliar, em 4 de agosto.

Paulistano, de 37 anos, é formado em Administração e Comércio Exterior pelo Mackenzie com especialização em Finanças pelo Insper e mestrando em Educação também pelo Mackenzie. Empresário no segmento da construção civil, é vice-líder do PL na Alesp.

Segundo o deputado, suas principais bandeiras são: “tolerância zero no combate à criminalidade, apoio ao agronegócio, defesa de políticas pró-mercado, garantia das liberdades individuais e, principalmente, uma revolução prática na educação, retirando questões ideológicas das salas de aula e equiparando a qualidade do ensino do Estado de São Paulo ao volume de seu PIB”.

Denunciado pelo MP

O deputado foi denunciado nesta quinta-feira, 23, pelo Ministério Público de São Paulo por perseguição, violência psicológica, violência física e ameaça contra a ex-mulher Cíntia Chagas. O caso corre sob segredo de Justiça. O parlamentar nega.

A promotora Fernanda Raspantini Pellegrino pediu à Justiça que o parlamentar seja preso preventivamente por supostos reiterados descumprimentos de medidas protetivas concedidas à influenciadora digital. O MP confirma que a denúncia foi apresentada na quinta.

Em nota, Cíntia diz que recebe a decisão “com serenidade e inabalável confiança na Justiça”.

“Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor”, escreveu.

Em 4 de setembro do ano passado,Cíntia registrou um boletim de ocorrência acusando o ex-marido de violência psicológica e ameaça. Ela relatou que estava em um relacionamento abusivo, que sofria com ciúmes, possessividade e controle do deputado estadual do PL.

Na quinta, o deputado voltou a se pronunciar nas redes sociais e afirmou que o Ministério Público pediu sua prisão “por ele responder a uma pergunta sobre fatos públicos”. Disse que há laudos e depoimentos que indicam ausência de dano psicológico e acusou a ex-esposa de violar o segredo de Justiça.

“Eu, na qualidade de deputado sob a qual estou fazendo estas postagens, sinto vergonha em nome das milhares de vítimas reais de violência que muitas vezes deixam de denunciar justamente pela descredibilização que as falsas denúncias trazem à causa”, escreveu.

Quem é Cíntia Chagas

Autora de dois livros – “Sou Péssimo em Português” e “Um Relacionamento Sem Erros de Português – Cíntia Chagas é professora e possui mais de sete milhões de seguidores no Instagram e TikTok, onde também dá dicas de etiqueta.

Ela acumula centenas de alunos em seus cursos virtuais e cerca de meio milhão de inscritos no YouTube. Na plataforma, ela dá aulas de ortografia, além de realizar entrevistas.

Mineira, nascida em Belo Horizonte, ela é formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais. A influenciadora polemizou ao dizer, durante uma conversa mediada pela OAB, que a mulher precisa se submeter ao homem.

“Uma relação só se torna longínqua e feliz quando a mulher assume o papel dela e o homem assume o papel dele”, disse Cíntia.

“Ainda que você (mulher) ganhe mais do que ele (marido), você sempre será mais submissa. Há situações em que você deverá pedir, sim, permissão a ele e ele, por sua vez, será mais doce”, comentou.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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