Putin oferece mediação Entre Irã e Israel; líderes ocidentais defendem diplomacia


Por Redação, O Estado de S. Paulo – 13/06/2025 17:09

Líderes das principais potências europeias defenderam uma saída diplomática para a crise provocada pelos ataques aéreos de Israel contra o Irã. Britânicos, alemães e franceses defenderam uma desescalada no conflito. A Rússia, principal aliada de Teerã, se ofereceu como mediadora.

O presidente russo, Vladimir Putin, condenou a série de bombardeios, segundo informou o Kremlin, após o mandatário conversar por telefone separadamente com o homólogo iraniano, Masud Pezeshkian, e com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

“Vladimir Putin ressaltou que a Rússia condena as ações de Israel, que violam a Carta das Nações Unidas e o direito internacional”, declarou o Kremlin em um comunicado, no qual acrescentou que o presidente da Rússia expressou a Netanyahu “sua disposição para mediar” a fim de evitar uma escalada maior do conflito.

Ao jornal The Guardian, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que o governo pediu a “todas as partes que recuem e reduzam as tensões com urgência”.

“A escalada não serve a ninguém na região. A estabilidade no Oriente Médio deve ser a prioridade e estamos envolvendo os parceiros com esse fim. Agora é a hora de moderação, calma e retorno à diplomacia”, falou Starmer.

A França reafirmou o direito de Israel de se “proteger e garantir sua segurança”, segundo declarou o presidente Emmanuel Macron, lembrando que já havia “condenado várias vezes” o programa nuclear iraniano.

“Para não colocar em risco a estabilidade de toda a região, faço um apelo às partes para exercerem a máxima contenção e busquem a desescalada”, acrescentou o mandatário francês pelas redes sociais.

O chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, pediu a ambas as partes que “se abstenham de tomar medidas que possam levar a uma nova escalada e desestabilizar toda a região” e disse que a Alemanha está pronta a “intervir junto das partes em conflito com todos os meios diplomáticos à sua disposição”.

O Japão, por sua vez, condenou “veementemente” os ataques aéreos de Israel contra o Irã. “A paz e a estabilidade na região do Oriente Médio são extremamente importantes para o Japão, e pedimos a todas as partes envolvidas que acalmem a situação”, disse o ministro das Relações Exteriores, Takeshi Iwaya, a repórteres em Tóquio.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que a Europa tem um peso geopolítico reduzido por falta de capacidade militar, e lamentou que os líderes europeus não tenham sido informados previamente da ofensiva israelita.

“O problema é que a Europa precisa de mais peso militar, para poder aumentar o seu peso geopolítico. O Sr. Netanyahu comunicou ao Presidente Trump que ia atacar. Não foi para nenhum dos líderes da Europa”, falou Rabelo.

Israel mirou alvos nucleares

Israel bombardeou diversos alvos no Irã, no que chamou de “ataques preventivos” em meio ao acirramento das tensões no Oriente Médio.

Os ataques começaram na noite de quinta-feira, 12 (horário do Brasil), e continuaram nesta sexta-feira, 13. Foi uma grande operação contra a alta cúpula do país persa e o programa nuclear do Irã.

Israel atacou a principal instalação de enriquecimento nuclear do Irã em Natanz, atingindo um complexo subterrâneo que abrigava centrífugas.

Tel-Aviv também atacou pelo menos seis bases militares ao redor da capital, Teerã, residências em dois complexos de alta segurança para comandantes militares e vários prédios residenciais ao redor de Teerã, de acordo com informações do The New York Times.

Morte de líderes militares e cientistas iranianos

Os ataques mataram três dos principais líderes da Guarda Revolucionária do Irã e cientistas ligados ao programa nuclear da teocracia.

O major general Mohammad Bagheri, chefe de Estado-Maior das Forças Armadas e o segundo comandante mais alto do Irã depois do líder supremo aiatolá Ali Khamenei, foi morto no bombardeio. Bagheri se destacou na Guarda Revolucionária durante a guerra Irã-Iraque e foi nomeado chefe do Estado-Maior em 2016. Este é o cargo militar mais alto do país.

O general Hossein Salami também foi morto durante a madrugada. Ele se destacou na guerra Irã-Iraque e se tornou vice-comandante militar em 2009. Dez anos depois, ele foi anunciado como chefe da Guarda Revolucionária do Irã e desempenhou um papel fundamental na política externa do Irã. Salami havia sido sancionado pela ONU e pelos EUA por seu envolvimento nos programas nuclear e militar do Irã.

Outros dois militares foram mortos por Israel. O general Gholamali Rashid, comandante-chefe adjunto das Forças Armadas, e o general Amir Ali Hajizadeh, chefe do programa de mísseis da Guarda Revolucionária do Irã.

Segundo a agência iraniana Tasnim, Israel matou seis cientistas iranianos.

Entre eles estão Fereydoun Abbasi, ex-chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, e Mohammad Mehdi Tehranchi, físico teórico e presidente da Universidade Islâmica Azad em Teerã.

Retaliação do Irã

Nesta sexta, o Irã iniciou sua primeira onda de retaliação, lançando mais de 100 drones em direção a Israel, de acordo com o Brigadeiro-General Effie Defrin, principal porta-voz do exército israelense.

Mais tarde, o Irã passou a lançar mísseis. Alguns desses mísseis foram interceptados pelo sistema de defesa aérea israelense. Ao menos um deles foi destruído enquanto sobrevoava a cidade sagrada de Jerusalém.

Segundo o Exército de Israel, os sistemas de defesa estavam trabalhando para interceptar a ameaça. O Exército também orientou a população a entrar nas áreas protegidas e permanecer lá até novo aviso.

EUA mandam navios de guerra para a região

Os Estados Unidos anunciaram o envio de navios de guerra e outros recursos militares americanos no Oriente Médio para ajudar a proteger Israel da retaliação iraniana.

O contratorpedeiro USS Thomas Hudner recebeu ordens para se deslocar para a costa oriental do Mediterrâneo, e um segundo contratorpedeiro deverá segui-lo. A Força Aérea também enviará mais caças para a região.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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