PT divulga campanha ‘Verdade sobre o INSS’ e atribui irregularidades ao governo Bolsonaro


O Partido dos Trabalhadores (PT) divulga nesta semana, no perfil oficial na plataforma X (antigo Twitter), uma série de vídeos atribuindo a responsabilidade pelas fraudes e irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Intitulada “Verdade sobre o INSS”, a campanha tem quatro episódios, cada um focado em diferentes aspectos das acusações, como bloqueio de benefícios, descontos indevidos na folha de pagamento e participação de chefias em esquemas ilícitos.

A Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), em abril, identificou um esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

O escândalo provocou a demissão de Alessandro Stefanutto da presidência do órgão e também de Carlos Lupi da chefia do Ministério da Previdência Social.

O caso motivou a publicação de vídeos tanto de governistas quanto da oposição. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) responsabilizou o governo Lula pela fraude no INSS, repetindo o modelo de vídeo viral sobre o Pix.

Já o deputado André Janones (Avante-MG), em um vídeo com estética semelhante, defendeu o atual governo e atribuiu a fraude ao governo Bolsonaro.

O jogo de empurra sobre as fraudes teve seu episódio mais recente com uma discussão acalorada entre o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, e o senador Sérgio Moro (União-PR), durante sessão na Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC) do Senado.

Wolney Queiroz atribuiu a responsabilidade do caso ao governo de Jair Bolsonaro, enquanto Sérgio Moro apontou a demora do governo Lula para solucionar o tema após tomar conhecimento sobre os descontos indevidos.

Relembre o caso

Após denúncias, a CGU iniciou uma apuração sobre as possíveis fraudes no instituto, entrevistando quase 1.300 aposentados que tiveram descontos em todo País. O resultado mostrou que, em média, 97% dos beneficiários não tinham dado consentimento para a medida.

Foram feitas auditorias em 29 entidades que tinham Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com o INSS. A CGU identificou falta de estrutura operacional para prestar os serviços que ofereciam aos beneficiários. O órgão também verificou que “70% das 29 entidades analisadas não entregaram a documentação completa ao INSS”.

Os descontos começaram em 2016, mas cresceram substancialmente em 2023 e 2024, segundo as investigações. Entidades de classe, como associações e sindicatos, formalizavam Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, o que permitia o desconto em folha dos beneficiários. A autorização para o desconto, contudo, em muitos casos, era fraudada.

Segundo a PF, para o desconto ser realizado, a entidade precisaria de autorização expressa e individual de cada beneficiário para realizar o desconto de sua mensalidade associativa. Na investigação, foram identificadas, porém, a ausência de verificação rigorosa dessa autorização e a possibilidade de falsificação de documentos de filiação e autorização.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Cabral e Pezão são condenados a pagar mais de R$ 4 bi por enriquecimento ilícito

Os ex-governadores do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão foram condenados pelo…

2 minutos ago

Bombeiros localizam corpo de mulher que caiu com carro no Rio das Almas

O Corpo de Bombeiros localizou, na manhã desta terça-feira, 07, o corpo da mulher que…

3 minutos ago

Odete Roitman não está sozinha: relembre 5 vilãs que conquistaram o público

Na segunda-feira (06/10), foi ao ar a tão aguardada morte da vilã Odete Roitman (Debora…

4 minutos ago

Maior investimento em infraestrutura favorece aumento na produção de 1,5% a 3,5%, calcula FMI

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirma que redirecionar os gastos públicos pode gerar ganhos significativos…

14 minutos ago

Membro do Fed defende decisões de juros baseadas em dados, não em questões políticas

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, defendeu…

24 minutos ago

Trump reconhece que crise do fentanil não deve acabar na fronteira com o Canadá

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que a crise do fentanil "nunca se encerrará"…

25 minutos ago

This website uses cookies.