O presidente do Chile, Gabriel Boric, revelou nesta sexta-feira que 104 torcedores do país, que estavam detidos na Argentina, foram soltos pelas autoridades locais. O grupo de chilenos estava preso em razão do episódio de forte violência ocorrido na partida entre Independiente e Universidad de Chile, em Avellaneda, pela Copa sul-americana.
“O ministro Álvaro Elizalde me informou que o Ministério Público acaba de decretar a libertação dos 104 detidos da Universidade do Chile que permaneciam em delegacias na Argentina”, informou o presidente. “Continuaremos trabalhando para erradicar a violência nos estádios e, ao mesmo tempo, defendendo os direitos de nossos compatriotas.”
Na quinta-feira, um dia após o jogo que terminou com cenas de barbárie, o presidente chileno havia enviado à Argentina seu ministro do Interior para acompanhar a situação dos torcedores detidos e feridos dentro e fora do Estádio Libertadores de América.
Boric já havia se manifestado sobre o assunto nas redes sociais na quinta ao condenar a violência que acabou suspendendo e, depois, cancelando a partida da volta das oitavas de final.
“O que aconteceu em Avellaneda entre as torcidas do Independiente e da Universidade de Chile é errado em muitos aspectos, desde a violência nas arquibancadas até a evidente irresponsabilidade na organização. A justiça deverá determinar os responsáveis”, afirmara o presidente chileno.
CENAS DE SELVAGERIA
As cenas caóticas em Avellaneda na partida da volta das oitavas de final da Sul-Americana começaram na volta do intervalo. O resultado dava a classificação aos chilenos, que já tinham vencido por 1 a 0 na ida.
Torcedores da Universidad de Chile começaram a atirar pedras em direção aos locais. Os visitantes invadiram um depósito de produtos de limpeza e chegaram a jogar cabos de vassoura contra a torcida adversária.
Parte dos torcedores locais conseguiram acessar a área dos visitantes e encurralou dezenas de chilenos. Um deles chegou a cair do lugar mais alto do estádio. Fotos e vídeos de extrema violência tomaram conta das redes sociais nas últimas horas, com cenas de agressão, sangue e humilhação.
Antes dos momentos mais graves de violência, jogadores tentaram acalmar a situação, mas não tiveram sucesso. Com a paralisação, os atletas se recolheram aos vestiários. Segundo a imprensa argentina, a polícia não agiu.
Inicialmente, a arbitragem paralisou o jogo. Pouco depois, a Conmebol determinou o cancelamento da partida, o que significa que a disputa não será retomada. E a decisão sobre o resultado caberá as autoridades disciplinares da confederação.
“A Diretoria de Competições e Operações da CONMEBOL anunciou que, devido à falta de garantias de segurança do clube local e das autoridades de segurança locais para garantir a continuidade da partida entre Independiente (ARG) e Universidad de Chile (CHI) pelas oitavas de final da CONMEBOL Sul-Americana de 2025, a partida foi cancelada”, informou a Conmebol.
Por: Estadão Conteúdo