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Piloto disse à PF que ‘Rei do Lixo’ tentou se desvincular de jatinho com R$ 1,5 mi em propinas


O piloto Alencastro da Cunha Lopes disse à Polícia Federal que era comum transportar dinheiro vivo no jatinho modelo Raytheon Hawker 400A do empresário Alex Parente, investigado na Operação Overclean por suspeita de liderar um esquema de corrupção e desvio de emendas parlamentares.

Em depoimento na superintendência da Polícia Federal na Bahia, em fevereiro, o piloto afirmou que tinha conhecimento do transporte de dinheiro em espécie na aeronave de Alex Parente, mas não soube informar quantas vezes isso ocorreu.

Alencastro também declarou não saber se os valores transportados “eram provenientes de práticas ilícitas ou se eram destinados ao pagamento de propina”.

Quando a primeira fase da operação foi deflagrada, em dezembro de 2024, policiais federais apreenderam R$ 1,5 milhão com Alex Parente em uma outra aeronave, um jatinho Learjet 60XR, emprestado a pedido do empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, que também é investigado da Overclean. O avião decolou de Salvador e havia acabado de pousar em Brasília.

O advogado Lucas Lobão, ex-coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs) na Bahia, também estava na aeronave. O dinheiro foi encontrado em uma mala de mão e uma mochila.

Em razão do flagrante, o piloto foi chamado para prestar depoimento na condição de testemunha. Ele operou o voo e presenciou a abordagem da Polícia Federal. Alencastro disse que não sabia que havia dinheiro na aeronave e afirmou ter ficado “surpreso” quando Alex Parente e Lucas Lobão informaram aos agentes da PF que transportavam a quantia em espécie.

O pilotou narrou também que, quando voltou para Salvador, Marcos Moura “pediu explicações sobre a situação”. Segundo Alencastro, o empresário ficou “aborrecido” por ter sido citado como responsável pelo voo. O “Rei do Lixo” estaria tentando “se desvincular” do episódio, afirmou o piloto.

Além do dinheiro, a Polícia Federal também apreendeu documentos que, segundo os investigadores, registram a contabilidade informal de propinas e de patrimônios ocultados.

A Operação Overclean investiga contratos suspeitos com prefeituras na Bahia, Tocantins, Amapá, Rio de Janeiro e Goiás. Só em 2024, o grupo investigado ganhou mais de R$ 825 milhões em contratos com diferentes órgãos públicos.

A Polícia Federal afirma que o esquema envolveu negociação de propina com servidores públicos. Os federais investigam agora se houve conluio com os deputados que indicaram as emendas. O inquérito foi enviado ao STF porque o deputado Elmar Nascimento (BA), que tem foro privilegiado, foi citado. Ele nega irregularidades e afirma que o parlamentar que indica emendas “não tem competência e nem se torna responsável pela execução das verbas e pela fiscalização das respectivas obras e serviços”.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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