O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 31, que o governo do Rio de Janeiro foi informado sobre as ações da Receita Federal no combate à atuação do crime organizado no setor de combustíveis. Conforme o ministro, as informações foram levadas pela procuradora-geral da Fazenda Nacional, Anelize Lenzi, após uma disputa de liminares em torno do funcionamento da refinaria de Manguinhos (Refit), suspeita de envolvimento em irregularidades bilionárias e vínculos com facções criminosas.
“Parece que o governo do Rio não estava informado adequadamente, a julgar pelas ações, pelas medidas que tomaram, e que foram contrariadas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça esta semana”, declarou Haddad ao confirmar contato de Anelize Lenzi para colocar a Procuradoria-Geral do Estado a par das informações coletadas pela Receita Federal.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a manutenção do fechamento da refinaria, suspendendo liminar do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que havia autorizado a retomada das atividades.
O ministro salientou que os combustíveis são uma das principais fontes de financiamento do crime organizado no Rio de Janeiro. Ele observou que, em geral, a origem do dinheiro do crime organizado é lícita, já que os criminosos usam atividades regulares na lavagem de dinheiro sujo. O ministro ressaltou que o combate ao crime organizado não vai dar certo se o seu financiamento não for asfixiado.
Durante entrevista à imprensa no gabinete do ministério na avenida Paulista, Haddad cobrou, diversas vezes, cooperação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para a aprovação do projeto contra devedores contumazes. “Nós não estaríamos nessa situação se essa lei já tivesse aprovada”, disse Haddad, referindo-se à crise de segurança pública no Rio de Janeiro.
Por: Estadão Conteúdo








