Oposição critica nota do governo Lula sobre guerra entre Israel e Irã


A oposição criticou a nota do governo Luiz Inácio Lula da Silva condenando os ataques de Israel contra o Irã divulgada na sexta-feira, 13. No comunicado divulgado pelo Itamaraty, o governo brasileiro afirmou que o bombardeio israelense contra alvos militares e vinculados ao programa nuclear iraniano pode lançar o Oriente Médio numa guerra de “grande dimensão”.

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) defendeu que Israel bombardeia apenas alvos militares enquanto o Irã ataca territórios civis. “O Itamaraty não enxerga diferença nestas condutas, ou pior, incrivelmente condena Israel! Lula não tem moral para opinião sobre nada neste conflito”, disse o deputado no X (Twitter) no sábado, 14.

O Grupo Parlamentar Brasil-Israel afirmou que a postura do Itamaraty em relação à escalada do conflito entre Israel e Irã causa “indignação”. O senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside o grupo, afirmou que o Palácio do Planalto “escolhe se alinhar aos que disseminam o terror, em vez de se posicionar firmemente ao lado das nações livres e democráticas”.

“Israel definiu claramente os alvos ao atingir bases militares e nucleares estratégicas do Irã. Com apoio internacional, as ações israelenses visam prevenir uma ameaça real e crescente: a possibilidade de o Irã desenvolver armamento nuclear em larga escala”, afirmou Viana.

A deputada federal Bia Kicis (PL-DF) associou o fechamento da Embaixada de Israel em Brasília, na sexta-feira, à declaração de Lula condenando os ataques israelenses.

“O amigo de ditadores e de terroristas continua fazendo estragos à imagem do Brasil. Oswaldo Aranha, arquiteto da criação do Estado de Israel na ONU, e os nossos expedicionários, que combateram o nazismo e o fascismo, devem estar se revirando nos seus túmulos”, disse a parlamentar no X.

Israel anunciou na sexta-feira, em nota oficial, o fechamento das embaixadas ao redor do mundo e pediu aos cidadãos que permaneçam em alerta e não exibam símbolos judaicos ou israelenses em locais públicos. A Embaixada de Israel em Brasília e o Consulado-Geral israelense em São Paulo estão fechados e sem data de reabertura.

O deputado federal Coronel Ulysses (União-AC) afirmou que “até a Colômbia é mais neutra que o Brasil”, criticando o posicionamento do governo Lula. “Em vez de apoiar Israel, que luta por sua existência contra o regime iraniano, que desenvolve armas nucleares e financia organizações terroristas, o Itamaraty ataca Israel.”

O deputado federal Messias Donato (Republicanos-ES) disse ter protocolado uma moção de repúdio à nota do Itamaraty. “O governo Lula ignora que o regime iraniano ameaça Israel há décadas e financia grupos terroristas. O Brasil não pode se calar diante disso nem se alinhar a ditaduras.”

O senador Sérgio Moro (União-PR) também criticou a nota do Itamaraty e disse que “o Brasil está cada vez mais distante das democracias ocidentais”. “Diplomacia de Lula contra Israel e a favor do Irã, sem qualquer contextualização ou ressalva”, afirmou.

Neste domingo, 15, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) relembrou a recepção do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, a ele no aeroporto Ben Gurion em 2019. “As relações entre Brasil/Israel no governo Bolsonaro é marcada (sic) pelo simbolismo da recepção no aeroporto. Somente Trump, Obama e Narendra Modi e Bolsonaro obtiveram tal deferência”, escreveu.

“Deus abençoe Israel, Deus salve o Brasil”, completou. O ex-presidente também compartilhou, no sábado, 14, uma foto com Netanyahu.

A nota do Itamaraty foi a primeira reação do governo Lula a respeito do ataque israelense. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o ataque aéreo foi uma “clara violação” à soberania iraniana e ao direito internacional.

“O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional”, disse o Itamaraty, no comunicado oficial.

“Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades.”

Lula tem relações amistosas com Teerã, e vem sendo pressionado por aliados a romper totalmente as relações diplomáticas já desgastadas com Tel Aviv, por causa de declarações e posicionamentos a respeito da guerra na Faixa de Gaza contra os terroristas do Hamas.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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