Por Giordanna Neves e Cícero Cotrim. Colaborou Redação Estadão Conteúdo – 28/08/2025 12:59
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira, 28, que as três grandes operações deflagradas no período da manhã em 10 Estados, chegaram à “cobertura” do sistema do crime organizado. Segundo o ministro, o combate a essas organizações exige uma resposta igualmente organizada e coordenada entre diferentes agentes públicos.
“Porque são muitas camadas que precisam ser abertas para se chegar no patrimônio do crime organizado, sem o que fica muito difícil você vencer o crime, porque se você prende uma pessoa, mas o dinheiro fica à disposição do crime, essa pessoa presa vai ser substituída por outra”, comentou o ministro.
Haddad citou que o esquema criminoso possui muitas camadas, envolvendo, por exemplo, fundos fechados, o que demanda a atuação de auditores fiscais com inteligência e precisão para identificar o destino final dos recursos.
“Se não fosse por isso, nós não teríamos conseguido chegar a mais de mil postos de gasolina, quatro refinarias, mais de mil caminhões que estavam à disposição do crime organizado para transportar o combustível, geralmente adulterado”, disse o ministro.
Operação Carbono Oculto
Na manhã desta quinta-feira, uma megaoperação contra o crime organizado foi deflagrada por agentes da Polícias Federal e Militar, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), além de agentes e fiscais das Receitas Estadual e Federal.
A Operação Carbono Oculto é a maior feita até hoje contra a infiltração do crime organizado na economia formal e mira o setor de combustíveis e instituições financeiras sediadas na avenida Faria Lima, na capital paulista.
Ao todo 1.400 agentes estão cumprindo 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez Estados do País.
Mais duas outras operações simultâneas
A Polícia Federal, com apoio da Receita Federal, deflagrou também nesta quinta-feira duas outras operações simultâneas voltadas ao combate à atuação do crime organizado na cadeia produtiva de combustíveis.
As duas operações, embora distintas, têm em comum o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas.
Operação Quasar
A Operação Quasar, conforme informações do site da Polícia Federal, tem como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituições financeiras. A investigação identificou um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções criminosas.
De acordo com a PF, a estrutura criminosa operava por meio de múltiplas camadas societárias e financeiras, nas quais fundos de investimento detinham participação em outros fundos ou empresas. Essa teia complexa dificultava a identificação dos verdadeiros beneficiários e tinha como principal finalidade a blindagem patrimonial e a ocultação da origem dos recursos.
Operação Tank
Também deflagrada nesta quinta-feira, a Operação Tank tem como foco, conforme a PF, o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no Estado do Paraná.
O grupo criminoso atuava desde 2019 e é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.
PEC da Segurança
O ministro da Fazenda afirmou nesta quinta-feira que a aprovação da PEC da Segurança, em tramitação no Congresso Nacional, é o caminho para que a coordenação contra o crime organizado seja fortalecida no País.
“Vejo na PEC encaminhada pelo governo federal um caminho para que essa coordenação seja naturalizada, que seja o dia a dia da nossa ação contra o crime. Isso vai criar sinergias importantes entre as diversas forças envolvidas. O Brasil com isso lidera e fortalece as instituições para esse enfrentamento e protege o consumidor, que é a parte frágil disso tudo”, disse Haddad.
Ele acrescentou que essas operações visam ainda garantir a concorrência leal entre os atores do mercado de combustíveis. “Porque você acaba punindo o bom empresário não combatendo o crime organizado, você acaba criando uma assimetria no mercado com todas as decorrências disso que são muito deletérias para a economia brasileira”, emendou.
As três operações deflagradas nesta quinta-feira resultaram em 141 veículos apreendidos, 1.500 veículos sequestrados, mais de R$ 300 mil em dinheiro apreendidos, 41 pessoas físicas, 205 pessoas jurídicas, bloqueio de mais de R$ 1 bilhão, e bloqueio total de mais 21 fundos de investimento, além de sequestros de 192 imóveis e 2 embarcações.
Por: Estadão Conteúdo
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