ONU reage a disparos de Israel na direção de grupo de diplomatas


Por Redação, O Estado de S. Paulo – 21/05/2025 20:36

A ONU classificou como “inaceitáveis” os disparos israelenses na direção de um grupo de diplomatas que realizava uma inspeção em Jenin, na Cisjordânia. O Exército de Israel se desculpou e disse que os tiros foram de advertência porque a delegação não seguiu uma rota predeterminada.

Os disparos causaram pânico e fizeram os diplomatas correrem em busca de proteção. A delegação era composta por representantes de 31 países, incluindo Itália, Canadá, Egito, Jordânia e Reino Unido.

Os militares lamentaram o “inconveniente” e disseram que entrariam em contato com os diplomatas para informá-los sobre os resultados de uma investigação interna sobre o caso.

O pedido de desculpas, porém, não evitou uma onda de críticas. O porta-voz da ONU pediu uma investigação completa e disse que o secretário-geral António Guterres está “alarmado” com os relatos.

“Está claro que diplomatas que estão cumprindo seu trabalho jamais devem ser alvo de tiros ou de qualquer outro tipo de ataque”, disse o porta-voz Stéphane Dujarric. “Esses diplomatas, incluindo o pessoal da ONU, foram alvo de tiros, sejam de advertência ou o que for, o que é inaceitável”.

A Europa também reagiu com indignação. “Qualquer ameaça à vida de diplomatas é inaceitável”, declarou a chefe da diplomacia da União Europeia Kaja Kallas.

Separadamente, governos europeus condenaram os disparos. Pelo menos Itália, França e Portugal convocaram os embaixadores de Israel em seus países para pedir explicações. O mesmo fizeram Canadá, México e Uruguai.

O governo brasileiro repudiou a ação das forças armadas israelenses, destacando que o país tem obrigação de “observar preceitos básicos do direito internacional”, incluindo a inviolabilidade de agentes diplomáticos.

Os disparos ocorrem no momento em que Israel enfrenta a pressão internacional para permitir a ajuda humanitária à Faixa de Gaza, onde a escassez prolongada de alimentos atinge toda a população de 2 milhões de pessoas, segundo a Organização Mundial da Saúde.

Após quase três meses de bloqueio, os primeiros caminhões entraram no território esta semana, mas assistência é limitada e ainda não chegou aos palestinos.

A ONU disse nesta quarta-feira, 21, que está tentando fazer com que a ajuda seja entregue em meio às preocupações com saques e restrições impostas pelo Exército israelense.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirma que Israel deve implementar um novo sistema de ajuda, que enfrenta críticas porque forçaria o deslocamento dos palestinos em busca de ajuda.

De acordo com a ONU, a maior parte dos suprimentos que entrou no território palestino desde a segunda-feira estava parados no lado de Gaza da passagem de Kerem Shalom, fronteira com Israel. Os caminhões não puderam avançar porque a estrada autorizada pelo Exército israelense era perigosa demais.

Mais tarde, um funcionário da ONU informou que mais de uma dúzia de caminhões que deixaram a área da passagem chegaram a armazéns no centro de Gaza na noite de quarta-feira. Ele falou sob condição de anonimato.

Israel disse que 100 caminhões cruzaram para Gaza na quarta-feira.

As organizações humanitárias afirmam que a pequena quantidade de ajuda permitida por Israel está muito aquém do necessário. Cerca de 600 caminhões entravam diariamente durante o cessar-fogo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)



Por: Estadão Conteúdo

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