Oito homens que eram procurados pela Justiça foram presos pela Polícia Militar de São Paulo após ir a jogos do Corinthians. Eles foram identificados pelo programa “Muralha Paulista”, que utiliza a leitura facial para identificar mandados de prisão em aberto.
Cinco dos oito procurados tinham mandados abertos por não pagamento de pensão alimentícia. Desde junho, o reconhecimento do rosto é obrigatório para torcedores que vão a estádios com capacidade maior que 20 mil pessoas, conforme determina a Lei Geral do Esporte.
Do total, três foram localizados durante o clássico contra o Palmeiras, no último domingo. Na entrada do estádio, o sistema identificou os torcedores que tinham pendência judicial e emitiu o alerta para os policiais que estavam no local.
Dois estavam com mandados de prisão em aberto, expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, pelo não pagamento de pensão alimentícia. Ambos foram encaminhados ao Centro de Detenção Provisória de Guarulhos, na Grande São Paulo.
O terceiro capturado era procurado por estelionato, com o mandado judicial expedido pela Vara Criminal de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Paraná. Ele foi conduzido até o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.
No dia 16 de agosto, quando o Corinthians recebeu o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, mais cinco homens foram presos. Três tinham mandados de prisão abertos por não pagamento de pensão alimentícia.
Dos cinco, um era procurado por roubo. O mandado de prisão foi expedido pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Foz do Iguaçu, no Paraná. O homem de 33 anos já tinha registros por tráfico de drogas.
Outro, detido já no interior do estádio, era procurado pelo crime de receptação. O homem de 32 anos tinha um mandado de prisão expedido pela 8ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo. Ele também tinha antecedentes criminais por roubo e foi encaminhado ao Distrito Policial.
O programa “Muralha Paulista” funciona com a integração do sistema de leitura facial à Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, que centraliza informações das câmeras e sensores instalados em espaços de grandes eventos nos municípios paulistas.
Durante jogos, o sistema permite a análise em tempo real das vendas de ingressos, utilizando algoritmos de inteligência artificial para monitoramento de riscos. A ferramenta verifica se a compra foi feita por cambistas, se há uso de documentos falsos ou de terceiros, se o comprador possui mandado de prisão em aberto, descumpre ordens judiciais ou sanções do Estatuto do Torcedor, ou se está registrado como desaparecido. Quando há um alerta, o acesso do torcedor é bloqueado, e as forças policiais são acionadas.
Um teste já foi feito em setembro de 2023, no Allianz Parque, em parceria com o Palmeiras. Desde a implementação do sistema, em 50 eventos realizados, foram recapturados 214 procurados, identificados 130 casos de descumprimento de medidas cautelares e fiscalizados cerca de 1,5 milhão de torcedores. Outros eventos que tiveram uso do sistema foram o GP de São Paulo de Fórmula 1 e o festival de música Tomorrowland.
Por: Estadão Conteúdo