Obrigatoriedade da bagagem de mão pode elevar custos e afetar consumidores, dizem Iata e Alta


A obrigatoriedade da inclusão da bagagem de mão nas passagens aéreas pode encarecer as passagens e prejudicar os consumidores mais sensíveis a preço, avaliam Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).

As entidades se pronunciaram, por meio de nota, sobre o Projeto de Lei 5041/2025, que tramita em regime de urgência na Câmara e determina a obrigatoriedade das bagagens de mão.

Para as associações, impor serviços adicionais a todos os passageiros limita a flexibilidade, cria incertezas regulatórios e pode comprometer o crescimento do mercado aéreo.

“O setor segue comprometido em proteger os direitos e a escolha dos passageiros, mas as políticas também devem garantir a sustentabilidade econômica das companhias, que já enfrentam altos custos de combustível, infraestrutura e impostos”, disse o vice-presidente da Iata para as Américas e CEO da Alta, Peter Cerdá.

As entidades destacam que o modelo de tarifas segmentadas é adotado em mercados como Estados Unidos, Europa e América Latina. Segundo elas, a liberdade comercial permite inovação e passagens mais acessíveis, alinhando o Brasil às melhores práticas globais.

Entre janeiro e setembro de 2025, o tráfego doméstico no Brasil cresceu 9,2% em comparação com igual período de 2024, enquanto o internacional aumentou 17,7%. “Apesar do bom desempenho do País, análises sugerem que tais medidas podem levar a aumentos nas tarifas básicas, o que pode comprometer o crescimento futuro do mercado e restringir a potencial contribuição do setor para a economia brasileira”, segundo o pronunciamento.

As entidades também apontam que mudanças regulatórias sem diretrizes claras aumentam a incerteza e afastam investimentos, enquanto países vizinhos com regras previsíveis atraem companhias de baixo custo, ampliando conectividade e concorrência.

Por isso, defendem que o debate legislativo seja amplo e baseado em dados, buscando equilíbrio “entre a proteção do consumidor e a sustentabilidade do setor”, conclui Cerdá.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

Recent Posts

Juiz que detonou Moro, Deltan e Lava Jato é alvo de investigação sobre furto de champanhe

O juiz federal Eduardo Appio, que detonou a Operação Lava Jato e lançou severas suspeitas…

2 minutos ago

Sean ‘Diddy’ Combs é ameaçado com faca em prisão de Nova York

O rapper Sean "Diddy" Combs teve uma noite de terror no Centro de Detenção Metropolitana,…

3 minutos ago

5 receitas surpreendentes com abóbora-moranga para o almoço

A abóbora-moranga é um daqueles ingredientes que tornam o almoço mais saboroso e acolhedor. Seu…

14 minutos ago

Censo Demográfico identifica 391 etnias e 295 línguas indígenas no Brasil em 2022, mostra IBGE

O Brasil possui 391 etnias, povos ou grupos indígenas, segundo os dados do Censo Demográfico…

18 minutos ago

No grupo Transportes, gasolina, passagens aéreas e etanol pressionam IPCA-15 de outubro

As altas nos preços da gasolina, passagens aéreas e etanol pressionaram juntas a inflação de…

19 minutos ago

Operação desarticula novo plano do PCC para matar promotor e diretor de presídios em São Paulo

Policiais civis e militares cumprem 25 mandados de buscas em operação contra um grupo que…

26 minutos ago

This website uses cookies.