o que se sabe de empresário desaparecido após viagem para reunião de trabalho


O empresário paulistano Nelson Francisco Carreira Filho, que desapareceu após viagem de negócios à cidade de Cravinhos, na região de Ribeirão Preto, foi morto dentro da empresa que visitava na cidade do interior.

De acordo com a Polícia Civil, uma perícia encontrou marcas de sangue nos fundos da fábrica de suplementos onde a vítima se encontrou com o dono da empresa. A investigação aponta que Nelson foi baleado e teve o corpo jogado em um rio da região.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP), a Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), considera esclarecido o desaparecimento do empresário, que foi visto pela última vez no dia 16 deste mês.

Um dos investigados foi ouvido e confessou ter presenciado o assassinato de Nelson. As prisões temporárias dele, do dono da fábrica e da esposa dele, solicitadas pelo delegado do caso, foram deferidas pela justiça.

Nesta quarta-feira, 28, policiais fizeram buscas na casa de Tadeu Almeida Silva, o homem que disse à polícia ter visto Nelson Filho ser assassinado. Segundo seu advogado, Renato Savério, Tadeu teria participado apenas da ocultação do corpo da vítima. Foi ele quem levou o carro de Nelson para São Paulo e o abandonou em uma rua do bairro Chora Menino, na zona norte da capital. Tadeu foi flagrado por uma câmera vestindo o boné da vítima, um modelo pouco comum.

De acordo com o advogado, a polícia realizou buscas nesta quarta-feira, 28, na casa de Tadeu, mas não o encontrou. Savério disse que busca um acordo com o Ministério Público e a polícia para que seu cliente cumpra o período de prisão temporária sem ter decretada a prisão preventiva, pois está colaborando com a investigação.

A justiça autorizou também as prisões de Marlon Couto Paula Junior, dono da empresa de suplementos alimentares, e da esposa dele, Marcela Silva de Almeida. Marlon é apontado como o autor do disparo que matou Nelson e a polícia ainda apura se Marcela teve alguma participação. Marcela, que é sobrinha de Tadeu, acompanhou o marido quando ele foi buscar Tadeu em São Paulo, após se desfazer do carro da vítima.

Na terça-feira, com base no depoimento de Tadeu, a Polícia Científica realizou uma perícia na fábrica com o uso de luminol e constatou manchas de sangue. A substância permitiu a identificação do material genético mesmo após ter uma limpeza rigorosa que foi feita local.

A investigação aponta que o empresário foi morto com um tiro e teve o corpo jogado em um rio que banha Miguelópolis, cidade da região. Conforme a SSP, as equipes policiais realizam buscas para localizar o corpo.

No depoimento à polícia, ao qual a reportagem teve acesso, Tadeu revela que o motivo do crime seria a marca de um produto pertencente a ele e que a empresa de Marlon usava sem autorização.

O empresário exigia pagamento de até R$ 100 mil pelo uso da marca, o que gerou uma desavença entre eles. Diz ainda que, após ter disparado contra a cabeça do empresário, Marlon teria pedido a Tadeu para lavar o corpo. Depois o enrolaram e colocaram na caçamba de uma picape da empresa.

Segundo o depoimento, o empresário também passou o endereço onde Tadeu deveria abandonar o carro, em São Paulo, e o orientou a se desfazer da chave do veículo e do boné. Mais tarde, quando Marlon foi buscar Tadeu no local combinado, na companhia de Marcelo, os três se dirigiram à casa de Nelson para se colocar à disposição da esposa dele nas buscas pelo marido.

A reportagem entrou em contato com o advogado Nathan Castelo Branco, defensor de Marlon, e aguarda retorno. O Estadão não conseguiu contatar a defesa de Marcela.

Desaparecimento após reunião

O crime aconteceu durante uma reunião de negócios entre a vítima e os suspeitos. Nelson trabalhava com a revenda de produtos fabricados pela empresa e viajou de São Paulo, onde mora, para a cidade do interior a fim de se reunir com os proprietários da fábrica. Como ele não voltou para casa, a família procurou a polícia.

O último contato feito por ele com a esposa foi por volta das 13 horas, quando ainda estava na fábrica. O carro, um automóvel Volvo, foi encontrado no dia seguinte, com os vidros traseiros abertos, na rua da zona norte da capital. Imagens de câmeras mostram o veículo passando em praças de pedágio no sentido de São Paulo.

No mesmo dia, o automóvel circulou pela Avenida Engenheiro Caetano Álvares, também na zona norte. Os vidros escuros não permitiam visualizar quem estava dirigindo.

Foi nesse dia também que as câmeras flagraram um homem vestindo o boné com a logomarca de um grupo de motociclismo semelhante ao que o empresário usava no dia em que desapareceu.

Segundo a polícia, Tadeu foi quem vestiu o boné e levou o carro do empresário de volta para São Paulo. Confrontado com a imagem, ele acabou confessando sua participação no caso.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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