O que é a ‘falsa couve’ que deixou quatro pessoas em estado grave em MG


Quatro adultos de Guimarânia, na zona rural de Patrocínio, em Minas Gerais, foram intoxicados de forma acidental nesta quarta-feira, 8, após ingerirem folhas da planta tóxica Nicotiana glauca durante um almoço. A planta foi confundida com couve e servida em uma salada.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informa que três pessoas permanecem internadas em estado grave na unidade de terapia intensiva (UTI) e uma apresenta melhora clínica e quadro estável. O principal sintoma relatado pelos pacientes foi o desconforto respiratório. Como não existe antídoto específico para esse tipo de intoxicação, o tratamento consiste em acompanhamento clínico.

“As vítimas estão recebendo toda a assistência necessária pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio, com apoio da SES-MG. Até o momento, não há registro de outras pessoas expostas nem de casos anteriores de intoxicação pela planta na região”, diz a pasta. A secretaria também reforça que as pessoas devem ter atenção redobrada na identificação de plantas usadas para alimentação, especialmente em áreas rurais, para evitar acidentes desse tipo.

Riscos da Nicotiana glauca

De acordo com Vanderlí Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta conselheira da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT), a Nicotiana glauca é originária da Argentina e é usada principalmente para fumo. No Brasil, a planta foi aclimatada no cerrado e é chamada popularmente de “fumo bravo” ou “charuto do rei”.

A espécie possui nicotina, nornicotina e anabasina, entre outros alcaloides. “A composição fitoquímica dela é formada por alcaloides que em geral têm ações no sistema nervoso central e também têm um papel maior de citotoxicidade, que é provocar a morte das células”, afirma. “É uma planta potencialmente bastante tóxica”, destaca Vanderlí.

O componente mais tóxico é a anabasina, que pode causar paralisia muscular e parada respiratória. Um outro alcaloide presente, a escopoletina, tem ação sobre a coagulação sanguínea. “Ela reduz a coagulação e, se a pessoa estiver em uso de anticoagulantes, sejam orais ou injetáveis, ela aumenta o risco de hemorragia gástrica”, pontua.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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