O Senado Federal aprovou nesta terça-feira, 28, o Projeto de Lei 226/2024, que estabelece novas regras para a decretação de prisão preventiva, para a realização de audiências de custódia e coleta de material biológico.
De autoria do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, o texto sofreu algumas alterações na Câmara dos Deputados, que foram rejeitadas pelo relator no Senado, Sergio Moro (União Brasil-PR). O projeto segue agora para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Prisão preventiva
A prisão preventiva é um recurso utilizado quando a Justiça entende que o acusado pode cometer novos crimes, fugir ou destruir provas durante as investigações. No Código de Processo Penal (CPP), esse tipo de prisão é determinado com base no risco que o detido possa representar para pessoas e para a sociedade caso seja colocado em liberdade.
O texto aprovado define quatro novos critérios que deverão ser considerados pelo juiz ao avaliar a periculosidade do suspeito:
– Se a pessoa agiu com premeditação ou fez uso frequente de violência ou grave ameaça;
– Se participou de organização criminosa;
– A quantidade e a variedade de drogas, armas ou munições apreendidas com o suspeito;
– A possibilidade de o acusado repetir crimes, em razão da existência de outros inquéritos ou ações penais em curso.
Segundo Dino, os novos critérios poderão auxiliar o juiz a decidir de forma mais célere sobre a necessidade da prisão preventiva e reduzir questionamentos quanto à sua aplicação. O ministro destacou que o magistrado não precisará se basear exclusivamente nos critérios sugeridos, podendo considerar outros fatores de risco conforme o caso concreto.
Os critérios são alternativos, e não cumulativos – ou seja, a presença de apenas um deles já será suficiente para justificar a prisão preventiva.
Audiência de custódia
O projeto também estabelece novas regras para a conversão de prisões em flagrante em preventivas nas audiências de custódia.
De acordo com o senador Sergio Moro, o objetivo é evitar a concessão de liberdade a criminosos perigosos nesses procedimentos. Segundo ele, a liberdade provisória foi concedida em 39% das audiências – percentual considerado alto. “Embora o juiz muitas vezes acerte, há casos em que têm sido soltos criminosos perigosos”, afirmou.
Pela nova redação, a conversão da prisão em flagrante em preventiva deverá ser considerada quando:
– Houver provas que indiquem a prática reiterada de infrações penais;
– A infração penal tiver sido praticada com violência ou grave ameaça;
– O suspeito já tiver sido liberado em audiência de custódia anterior por outra infração penal, salvo se posteriormente absolvido;
– O crime tiver sido cometido durante a tramitação de inquérito ou ação penal;
– O acusado tiver fugido ou apresentar risco de fuga;
– O suspeito oferecer risco à investigação, à instrução criminal ou à integridade das provas.
Coleta de material biológico
O projeto aprovado pelo Senado também autoriza a coleta de material biológico para a identificação genética de pessoas presas em flagrante por crimes cometidos com violência ou grave ameaça, bem como por delitos contra a liberdade sexual ou envolvendo vítimas vulneráveis.
A medida se estende ainda a integrantes de organizações criminosas que possuam ou utilizem armas de fogo.
De acordo com o texto, o Ministério Público ou a autoridade policial deverá solicitar ao juiz a autorização para coleta e armazenamento do perfil genético do preso, conforme estabelece a Lei nº 12.037, de 2009 – que já permite o uso desse recurso quando considerado essencial para a investigação.
Por: Estadão Conteúdo
Novembro chega com tudo no Prime Video, trazendo uma mistura de dramas, ação e mistério…
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 29, que a procuradora-geral da Fazenda…
A Motiva (ex-CCR) reportou lucro líquido ajustado de R$ 683 milhões no terceiro trimestre de…
Corinthians, Cruzeiro, Vasco e Fluminense já sabem os dias, horários e locais nos quais disputarão…
O Brasil foi escolhido pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) para sediar os Campeonatos Mundiais…
O Bradesco registrou lucro líquido recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025,…
This website uses cookies.