Nos EUA, homem sobrevive após ficar preso por pedra de 318 kg em riacho gelado


Um homem ficou preso de bruços em um riacho gelado no Alasca, pressionado por uma rocha de 318 quilos por três horas. Ele sobreviveu ao incidente com apenas ferimentos leves, graças à rapidez de sua mulher e muita sorte.

A mulher de Kell Morris manteve a cabeça dele fora da água para evitar que se afogasse enquanto aguardavam a chegada dos socorristas. Morris ficou preso após uma rocha despencar sobre ele durante uma caminhada perto de uma geleira remota ao sul de Anchorage.

Sua segunda sorte veio quando uma empresa de turismo com trenós puxados por cães, que opera na geleira, ouviu a chamada de emergência e ofereceu seu helicóptero para levar os socorristas até o local, inacessível por veículos terrestres.

Quando os socorristas chegaram, foram necessários sete homens e bolsas de ar infláveis para levantar a rocha enquanto Morris perdia e recuperava a consciência.

Morris, de 61 anos, disse que percebe que provavelmente é o homem mais sortudo do mundo. “E mais sortudo ainda por ter uma esposa tão maravilhosa”, disse ele na quinta-feira.

‘Duvidei de um bom desfecho’

A esposa de Morris, Jo Roop, é uma ex-policial estadual do Alasca. Eles se mudaram para Seward, cerca de 193 quilômetros ao sul de Anchorage, vindos de Idaho no outono passado, quando ela assumiu um cargo na polícia local.

No dia 24 de maio, eles quiseram evitar as grandes multidões que se reúnem na Península de Kenai durante os feriados e decidiram caminhar perto da Geleira Godwin, em uma trilha isolada atrás de uma prisão estadual, segundo o chefe dos bombeiros de Seward, Clinton Crites.

A trilha era, na verdade, um leito rochoso de riacho ladeado por grandes pedras depositadas pela geleira.

Morris disse que notou pedras perigosas, algumas pesando até 454 quilos, ao longo das margens do riacho e tentou evitá-las o máximo possível, até que chegou a uma área pela qual não conseguiu passar.

“Eu estava voltando e, de repente, todo o lado deslizou”, disse ele.

As coisas ficaram confusas quando ele caiu pelo barranco cerca de seis metros, aterrissando de bruços na água. Logo em seguida, ele sentiu a rocha atingir suas costas no que Crites descreveu como “basicamente uma avalanche de pedras”.

Do jeito que Morris caiu, havia pedras sob ele, entre suas pernas e ao redor dele, que suportaram o peso da rocha, evitando que ele fosse esmagado, explicou Crites. Mas a enorme pedra ainda o manteve preso, e Morris sentiu uma dor intensa na perna esquerda, esperando que seu fêmur quebrasse.

“Quando aconteceu, eu duvidei que teria um bom desfecho”, disse Morris.

Sem sinal de celular

Jo Roop tentou libertar Morris por cerca de 30 minutos, colocando pedras sob a rocha e tentando rolá-la para fora, antes de sair em busca de sinal de celular.

Incrivelmente, ela precisou caminhar apenas cerca de 274 metros para conseguir sinal e, com sua experiência policial, enviou coordenadas exatas por GPS para o serviço de emergência.

Um voluntário do Corpo de Bombeiros de Bear Creek, que também trabalhava na operação turística de trenós, ouviu o chamado e desviou o helicóptero usado para levar turistas até o local. Assim, os bombeiros, que não conseguiam chegar com veículos terrestres pelo campo de pedras, pularam do helicóptero.

A essa altura, Morris já estava com hipotermia devido à água gelada da geleira, disse Crites, e sua esposa mantinha sua cabeça fora da água.

“Acho que se não tivéssemos a ajuda daquele helicóptero particular, levaríamos pelo menos mais 45 minutos para alcançá-lo, e não sei se ele teria tanto tempo”, disse Crites.

Os bombeiros usaram duas bolsas de ar, normalmente usadas para retirar pessoas de veículos destruídos, para levantar um pouco a rocha.

“Mas, depois disso, foi pura força bruta, todos juntos: ‘um, dois, três, empurra'”, contou Crites. “E sete homens conseguiram levantar o suficiente para puxar a vítima.”

Um helicóptero da Guarda Nacional do Alasca retirou-os do leito do riacho com uma cesta de resgate.

‘Fui muito sortudo’

Morris passou duas noites no hospital local para observação, mas saiu ileso. “Eu esperava recuperar um corpo, não vê-lo sair andando sem um arranhão”, disse Crites.

Morris, agora refletindo sobre seu infortúnio em casa, reconheceu que talvez tenha sido um pequeno alerta para parar de fazer coisas assim na sua idade. “Fui muito sortudo. Deus estava cuidando de mim”, disse ele.

Quando ele e a mulher forem fazer trilhas neste fim de semana, vão se limitar às trilhas estabelecidas. “Vamos parar com essa coisa de desbravar trilha”, afirmou.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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