Com o renomado diretor Martin Scorsese entre os produtores, o drama psicológico “Morra, Amor” (Die, My Love), estrelado por Jennifer Lawrence e Robert Pattinson, estreia nos cinemas brasileiros em 27 de novembro, pela Paris Filmes, e promete mais do que uma história intensa: o longa reacende discussões urgentes sobre saúde mental materna, isolamento e transtornos pós-parto.
Inspirado no livro da escritora argentina Ariana Harwicz, o filme dirigido pela britânica Lynne Ramsay acompanha Grace, uma mulher que, após se mudar com o marido para uma fazenda isolada, começa a vivenciar sintomas graves de deterioração mental após o nascimento do primeiro filho. A trama reflete os conflitos internos de uma maternidade real, distante do ideal romântico frequentemente retratado pela sociedade.
Para Fernando Tomita, coordenador da psiquiatria do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), a obra de Lynne Ramsay traz à tona uma realidade pouco comum, mas de extrema gravidade, gerando a necessidade de ser mais bem disseminada na população.
“O período pós-parto é um dos momentos mais vulneráveis na vida da mulher. Há mudanças hormonais intensas, privação de sono, inseguranças, ansiedade e, em muitos casos, solidão. O isolamento e a cobrança interna podem contribuir para o risco de desenvolver quadros como a depressão ou a psicose pós-parto”, explica.
A psicose pós-parto, aliás, tema central do filme, é um transtorno grave, de evolução rápida, e que exige atenção médica imediata. “É importante diferenciar a psicose de condições mais leves, como o chamado baby blues, que provoca tristeza e oscilação de humor nos primeiros dias após o parto. A psicose, por outro lado, envolve delírios, alucinações e desconexão com a realidade, podendo colocar em risco a mãe e o bebê”, alerta Fernando Tomita.
Segundo o médico, o isolamento é um fator de risco determinante, algo que o filme retrata de forma simbólica e angustiante. “A personagem se vê sozinha em meio ao campo, sem suporte, cercada pelo silêncio. Esse isolamento é um reflexo potente de muitas mulheres que, mesmo cercadas de pessoas, sentem-se invisíveis ou incompreendidas. Falar sobre isso é essencial para quebrar o tabu e promover empatia”, analisa.
Com uma estética visceral e um olhar feminino sobre o sofrimento psicológico, “Morra, Amor” faz eco à trilogia involuntária de Ariana Harwicz (composta também por “A Débil Mental” e “Precoz”), que discute a inadequação às normas sociais e o peso dos papéis tradicionais de gênero.
“A maternidade é frequentemente retratada como um momento de plenitude, mas, para muitas mulheres, ela também pode vir acompanhada de medo, exaustão e culpa. Reconhecer essas emoções é parte do cuidado”, adiciona o psiquiatra.
Por isso, o acompanhamento psiquiátrico e psicológico no pós-parto é fundamental. Observar sinais como tristeza persistente, irritabilidade, apatia, pensamentos negativos ou comportamentos confusos, incluindo possível recusa de dar atenção ao bebê, pode fazer toda a diferença para um diagnóstico precoce e uma recuperação segura.
Com uma atuação elogiada e direção sensível, “Morra, Amor“ promete ser um dos filmes mais impactantes de 2025 — tanto pelo retrato cru da maternidade quanto pela reflexão que provoca sobre a saúde mental feminina.
“Quando a sociedade compreende que pedir ajuda é um ato de coragem, e não de fraqueza, damos um passo importante rumo à prevenção. O cinema, nesse sentido, tem um papel valioso: ele sensibiliza, humaniza e amplia o diálogo sobre temas que ainda são silenciados”, finaliza Fernando Tomita.
Por Aline Telles
Fonte: Portal EdiCase
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