O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), manifestou apoio ao pastor evangélico Silas Malafaia, alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF) que apura tentativa de obstrução de justiça e coação no curso das investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita durante um culto realizado neste domingo, 15, ocasião em que Malafaia também comemorou seu aniversário de 67 anos. Presente no evento, Paes subiu ao púlpito e se dirigiu diretamente ao pastor.
“Meu pastor, eu vim aqui para te dizer um negócio. Momento complexo, país esquisito. Independentemente de orientação política, eu quero dizer o seguinte: ‘Nós estamos do seu lado. Mexeu com Silas Malafaia, mexeu comigo'”, afirmou o prefeito Eduardo Paes. Durante o discurso, Paes também chamou Malafaia de “fofo” e destacou a amizade de mais de 20 anos entre os dois. “Esse talvez seja o momento mais importante desses 20 anos de amizade que a gente tem. Tem muita gente que estranha nossa amizade, né?”, disse.
Em tom descontraído, o prefeito continuou. “Silas Malafaia me ama, gente. Ele ama todo mundo, mas me ama de um jeito especial”. Paes ainda comentou sobre a influência do pastor em suas decisões políticas. “Quando ele me vê dando umas desviadinhas do que ele acha que eu deveria fazer na política, as broncas que eu levo dele com esse jeito fofo e carinhoso não são poucas”.
Em agosto, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou medidas cautelares contra o pastor Silas Malafaia, incluindo busca pessoal. A decisão foi baseada em representação da Polícia Federal e contou com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Silas Malafaia é investigado por suposta participação em crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação envolvendo organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As apurações também investigam a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e de Bolsonaro.
Na última semana, o ex-presidente foi condenado pelo Supremo a 27 anos e 3 meses de prisão por envolvimento em uma trama golpista contra o Estado Democrático de Direito. Outros sete militares também foram condenados no mesmo processo. Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente da história do Brasil a ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
Por: Estadão Conteúdo