Dissidente na decisão de corte das taxas de juros em 25 pontos-base (pb), o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Kansas City, Jeffrey Schmid, emitiu uma declaração nesta sexta-feira, 31, dizendo que defendeu a manutenção dos juros. Em sua avaliação, o mercado de trabalho está amplamente equilibrado, a economia mostra um impulso contínuo e a inflação continua muito alta.
“Vejo a postura da política como apenas moderadamente restritiva. Nesse contexto, julguei apropriado manter a taxa de política na reunião desta semana”, escreve o dirigente.
Schmid afirma que ouve “preocupação generalizada” com os aumentos contínuos de custos e a inflação, com o aumento dos custos de saúde e dos prêmios de seguro “no topo das preocupações”. “Com a inflação ainda muito alta, a política monetária deve se opor ao crescimento da demanda para permitir espaço para que a oferta se expanda e alivie as pressões de preços na economia”, afirma.
O dirigente ainda ressalta que a inflação tem estado acima do objetivo de 2% do Fed por mais de quatro anos e, por isso, tem “pouco conforto” no fato de que a maioria das medidas de expectativas de inflação não tenha subido.
Ele ainda considera que as expectativas de inflação não são um “insumo” nas decisões do BC, mas um resultado das decisões de política monetária que são tomadas.
Schmid também pondera que, em certas circunstâncias, as ações do Fed podem ter “efeitos desproporcionais nos dois lados do mandato”. “Não acho que uma redução de 25 pb nos juros fará muito para resolver as tensões no mercado de trabalho. No entanto, um corte pode ter efeitos mais duradouros na inflação se o compromisso do Fed com seu objetivo de 2% de inflação for questionado”, defende, ao citar que as condições do mercado financeiro parecem ser “favoráveis” em muitos aspectos.
Por: Estadão Conteúdo 
 
             
        





 
         
         
         
        


