Maioria diz que Rio está menos seguro após megaoperação policial


A megaoperação policial contra o Comando Vermelho que foi realizada na terça-feira, 28, na zona norte do Rio de Janeiro não trouxe mais segurança à população carioca. Ao contrário. Para 52% dos 1,5 mil entrevistados em todo o Estado, após o ataque que matou 121 pessoas, o Rio está menos seguro, segundo pesquisa da Genial/Quaest. Para 35% das pessoas ouvidas, porém, a cidade está mais segura.

Entre as mulheres, a percepção de aumento da insegurança é maior. Cerca de 60% delas acreditam que o Estado está menos seguro após a operação. Já os homens têm outro sentimento: 45% veem o Rio mais seguro, enquanto 44% acreditam que está menos seguro.

Essa percepção de aumento da insegurança é comum aos entrevistados de todas as faixas etárias e de renda. Também está presente em todos os níveis de escolaridade.

Porém, ela é maior entre a esquerda lulista (82%) e não lulista (87%). Quase 60% (59%) dos que se dizem independentes, têm esse sentimento. Já entre a direita, a proporção se inverte. A direita bolsonarista acha que o Estado está mais seguro (64%), enquanto 62% dos não-bolsonaristas têm essa visão.

Essa percepção de menos seguro é levemente maior entre os entrevistados da região Norte/Noroeste e dos Lagos (58%), no Sul Fluminense e na região serrana (55%) e na capital (53%). Em Niterói, São Gonçalo e Maricá é comum a 51% dos entrevistados. A Baixada Fluminense é a única região na qual a percepção de que o Estado ficou menos seguro não atinge metade dos entrevistados, e fica em 48%.

Para 87% dos entrevistados, o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra. Só 13% não têm essa percepção. Em outros Estados, a realidade não é vista como tão grave: 51% dos fluminenses não identificam essa situação.

Ainda em relação à violência, 74% dos entrevistados dizem ter medo de uma reação do tráfico à megaoperação policial, sendo que, entre as mulheres, esse porcentual sobe para 81%.

Sobre o conflito armado, 48% da população acredita que as forças policiais do Rio de Janeiro estão mais preparadas, enquanto 44% veem as facções como tendo vantagem nesse quesito.

No entanto, 62% dizem que o governo do Rio de Janeiro não tem capacidade de combater o crime organizado sozinho. Quem estaria mais bem preparado seria a força nacional do governo federal (31%). O porcentual é similar à força policial dos Estados (30%) e ao Exército (28%).

Aprovada por 64% (e por 79% dos homens ouvidos) e considerada um sucesso por 58% dos entrevistados, a megaoperação deveria ser realizada em comunidades para 73% dos entrevistados. Porém, para metade dos fluminenses, ao se deparar com uma pessoa com um fuzil na mão, a polícia deveria prender sem atirar. Já 37% dizem que os policiais deveriam atirar logo de cara.

A pesquisa Genial Investimentos foi feita pela Quaest nos dias 30 e 31 de outubro com residentes do Rio de Janeiro com 16 anos ou mais. Foram feitas entrevistas domiciliares face a face, a margem de erro é estimada em três pontos porcentuais e a confiabilidade é de 95%.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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