O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo federal está combatendo o crime organizado, que “chegou à Faria Lima” – em referência à Operação Carbono Oculto.
“O crime organizado, hoje, está em tudo quanto é lugar. Está no futebol, na justiça, na política, está em todas as instituições. Fizemos uma operação, que foi a maior da história do Brasil feita contra o narcotráfico, e nós fomos chegar aonde? Na Faria Lima, nós fomos chegar nas fintechs, nessas empresas de jogos”, disse Lula à Rede Amazônica, afiliada da TV Globo. A entrevista foi feita na tarde desta segunda-feira, 8, mas veiculada na manhã desta terça-feira, 9.
Nesta terça, Lula desembarcou em Manaus para a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia).
Operação Carbono Oculto
A Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto, foi a maior realizada até hoje para combater a infiltração do crime organizado na economia formal do País.
Segundo as investigações, o grupo dominava a cadeia produtiva no setor de combustíveis, inclusive promovendo adulteração de produtos vendidos ao consumidor, e utilizava dinheiro ilícito obtido com a prática de crimes para comprar empresas já existentes. Parte dessa cadeia foi capturada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que usou a estrutura para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
A atuação começava na importação, passando por produção e distribuição e terminava na venda do produto ao consumidor final nos postos – os combustíveis eram adulterados com a adição de um produto químico chamado metanol.
Os criminosos também utilizaram fintechs – empresas que oferecem serviços financeiros – para introduzir dinheiro oriundo dos crimes no sistema financeiro e aplicá-los em fundos de investimento, comprando mais empresas, imóveis e bens de luxo. O objetivo era blindar o patrimônio dos bandidos contra possíveis investigações.
Por: Estadão Conteúdo