Lula compara negociações da guerra Ucrânia-Rússia a movimentos de greve

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Por Por Daniela Amorim e Juliana Garçon, e Laís Adriana e Célia Froufe, enviadas especiais – 07/07/2025 14:51

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou as negociações de paz para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia a movimentos de greve, em seu discurso antes da coletiva de imprensa ao final da cúpula do Brics, que ocorreu ontem e hoje no Rio. “Não sei o que vai acontecer se não houver alguém capaz de mediar e dizer que não será tudo o que Zelensky quer, mas que também não será tudo o que o Putin quer para acabar com a guerra”, disse.

Lula também citou Gaza, afirmando que “já passou da capacidade de compreensão mortal” e que não é possível dizer que é uma guerra contra o Hamas, tendo em vista que “só se matam mulheres e crianças”. O presidente criticou a ausência de instituições multilaterais para encerrar os conflitos no mundo, alegando que a Organização das Nações Unidas (ONU) perdeu a autoridade para negociar e que não há propostas alternativas. “Estamos vivendo o maior período de conflitos entre os país e é guerra esparramada para tudo quanto é lado”, afirmou. “Ninguém pede licença para fazer guerra.”

Lula reiterou a mensagem da cúpula do Brics que defende a maior liderança do bloco em assuntos multilaterais e mudanças profundas em instituições globais, incluindo no Fundo Monetário Internacional (FMI) e na ONU. Para ele, a instituição precisa alterar a forma como concede empréstimos para países mais pobres para minimizar os impactos sobre economias em desenvolvimento, seguindo um modelo semelhante ao novo financiamento do Banco do Brics, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).

“O Brics é o novo jeito de fazer o multilateralismo sobreviver no mundo”, defendeu Lula, acrescentando que o sistema multilateral é a “melhor coisa que já feita nos últimos 80 anos”. Apesar de inúmeras críticas ao esvaziamento na cúpula de chefes de Estado do Brics, o presidente classificou o encontro como um sucesso e a mais importante reunião do bloco, dando destaque para a liderança do Brasil logo depois de realizar a “melhor reunião do G20”.



Por: Estadão Conteúdo

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