líder do PCC no ABC é o 5º suspeito preso

5 Min de leitura


Por Redação O Estado de S. Paulo – 06/10/2025 12:13

A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta segunda-feira, 6, Felipe Avelino de Souza, conhecido como Mascherano, por suspeita de envolvimento no assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes. A defesa do suspeito não foi localizada

Segundo as investigações, ele seria a digital do PCC no crime, uma vez que é apontado como líder da facção na região do ABC Paulista. A prisão foi realizada nesta manhã em Cotia, na Grande São Paulo.

Ele é o quinto suspeito preso. Outros dois seguem foragidos e um foi morto em confronto com a polícia, segundo divulgado pela SSP.

Investigações

Na semana passada, conforme mostrou o Estadão, o subsecretário de Praia Grande, Sandro Pardini e outros quatro funcionários públicos da cidade no litoral de São Paulo foram alvos de mandados de busca e apreensão relacionados ao caso.

Pardini nega envolvimento e pediu exoneração do cargo após ser alvo. As investigações apontam que eles não estão, neste primeiro momento, na condição de suspeitos, mas que os materiais coletados podem ajudar na resolução do assassinato de Ferraz Fontes, que atuava como secretário de Administração de prefeitura de Praia Grande.

Foram cumpridos, na semana passada, mandados de busca e apreensão em ao menos oito endereços da Baixada Santista. Com Pardini, foram apreendidos celular, computadores, três pistolas, R$ 50 mil em espécie, mil euros e 10 mil dólares em sua residência.

Em um maço de cédulas, havia bilhetes com anotações contendo nomes de um homem e uma mulher. Os dólares estavam no envelope de uma corretora de câmbio. Foram apreendidos também cartões bancários, três registros de armas de fogo e um registro de CAC (Colecionador, Atirador, Caçador).

Na ocasião, a prefeitura de Praia Grande afirma ter “pleno conhecimento das duas frentes de investigação em andamento e entende que seja procedimento da apuração que servidores sejam ouvidos pelas autoridades, podendo colaborar com o esclarecimento dos fatos”.

Segundo a pasta, com exceção de Pardini, os demais servidores seguem no quadro de funcionários. A prefeitura de Praia Grande afirma colaborar integralmente com as investigações.

A operação foi coordenada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, e contou com apoio da Polícia Civil de Santos e Praia Grande. Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços nos municípios de Santos, Praia Grande e São Vicente.

Relembre o caso

Ferraz Fontes foi fuzilado após encerrar o expediente na Prefeitura de Praia Grande, onde era secretário de Administração. Ele foi alvo de tiros e teve seu veículo prensado por um ônibus em seguida. Os bandidos desembarcaram do carro portando fuzis e efetuaram diversos disparos contra o ex-delegado-geral.

As investigações apontam que o crime foi minuciosamente planejado e executado de forma ostensiva, em rua movimentada, com emprego de armas potentes.

Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). O Secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, diz que “não há dúvidas” do envolvimento da facção no crime.

Não foi descartada, ainda assim, uma possível relação do crime com a atividade exercida pelo secretário. Conforme o prefeito Alberto Mourão (MDB), Ferraz trabalhava em projetos para reduzir gastos da prefeitura, como a substituição da frota convencional por veículos elétricos.

O secretário assassinado cuidava do quadro de pessoal, aprovava os planos de carreira, mas também tinha autonomia para adotar ferramentas que conferissem maior transparência à gestão.

O DHPP já identificou oito suspeitos de envolvimento no crime. Cinco estão presos, entre eles um possível executor. Outro suspeito de ser atirador foi morto em confronto com a polícia no Paraná. A investigação trabalha para esclarecer a motivação e prender eventuais mandantes.



Por: Estadão Conteúdo

Compartilhar