Lennon desconfiava ter telefone grampeado pelo governo Nixon, revela entrevista ‘perdida’

3 Min de leitura


John Lennon tinha receio de que pudesse estar sendo monitorado durante o governo Nixon e quase descartou um de seus álbuns solo, Walls and Bridges, de 1974. Foi o que revelou uma entrevista “perdida” concedida pelo ex-Beatle cinco anos de sua morte ao DJ inglês Nicky Horne.

O músico completaria 85 anos nesta quinta, 9, e, por conta da data, Horne resolveu dar mais detalhes sobre a conversa na estação Boom Radio, do Reino Unido.

À época, o DJ tinha 24 anos e havia viajado a Nova York especialmente para entrevistar Lennon. Horne revelou que estava nervoso com a ocasião, já que estaria frente a frente com seu Beatle favorito, mas que, chegando ao edifício Dakota, onde o cantor morava com Yoko Ono, Lennon disse que havia preparado biscoitos de chocolate para ele.

O músico passou a contar sobre sua desconfiança em ter seu telefone grampeado pela CIA – à época, Horne foi chamado de “ingênuo” por ter acreditado no cantor.

Anos depois, porém, a Lei Americana de Liberdade de Informação revelou que, realmente, Lennon tinha seu telefone monitorado, estava sendo seguido e o governo norte-americano queria deportá-lo.

À época, o cantor associou o seu ativismo antiguerra com a perseguição, segundo o The Guardian. “Eu sei a diferença entre o telefone estar normal quando eu o pego e, toda vez que eu o pego, há muitos ruídos”, contou ele.

Lennon também comentou ocasiões em que desconfiava estar sendo seguido por um carro. “Eu abria a porta e havia caras parados do outro lado da rua. Eu entrava num carro e eles me seguiam de carro, sem se esconderem”, disse.

Segundo ele, a perseguição também aconteceu com outros astros do rock, como Mick Jagger e Keith Richards.

Sobre quase ter descartado Walls and Bridges, o músico afirmou que “não suportava ouvir” as fitas de gravação do disco. Ele, porém, foi estimulado por amigos para lançar o álbum.

Walls and Bridges recebeu um disco de ouro pelo sucesso em vendas e foi escrito durante uma breve separação entre Lennon e Yoko.

Lennon foi assassinado aos 40 anos por um fã no dia 8 de dezembro de 1980 no Edifício Dakota.

Ele não escondia sua “rixa” com Nixon e chegou a lançar diversas músicas falando sobre o ex-presidente dos EUA, como Gimme Some Truth e Instant Karma! (We All Shine On).



Por:Estadão Conteúdo

Compartilhar