O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou Marcos Dantas, professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por comentários feitos contra a filha do empresário Roberto Justus e a modelo Ana Paula Siebert. A decisão foi confirmada pelo Estadão pelo advogado do empresário, Rafael Pavan, e pelo TJSP nesta quarta-feira, 22. Ainda cabe recurso.
A reportagem entrou em contato com Marcos Dantas para um pronunciamento sobre o caso, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Em julho, após a repercussão do caso, o professor publicou uma carta afirmando que havia usado uma metáfora para falar sobre a filha do empresário. Leia completa abaixo.
O caso tramita no Fórum Regional de Pinheiros. Conforme o advogado de Justus, Dantas foi condenado a pagar R$ 50 mil a cada autor do processo, valor que vai totalizar R$ 150 mil, além de honorários e custos do processo.
Entenda o caso envolvendo Vicky, filha de Roberto Justus
O caso ocorreu em julho após Vicky, de 5 anos, aparecer segurando uma bolsa de grife. Um perfil no Twitter compartilhou a imagem sugerindo que o valor do item seria de R$ 14 mil. Outros perfis comentaram a postagem, incluindo o de Marcos Dantas, que escreveu: “Só a guilhotina…”.
Diante da repercussão, o casal publicou um vídeo defendendo a filha. Siebert afirmou: “Instigar a morte, instigar o ódio, é uma coisa inaceitável. Por isso que a gente está se pronunciando. Se a gente começa a assinar embaixo de que internet é terra de ninguém e todo mundo pode falar o que quiser, não é assim”. Os dois afirmaram que buscariam medidas jurídicas.
A UFRJ, onde Dantas lecionava antes de se aposentar, em 2022, repudiou o comentário do professor. Em nota, a universidade e a Escola de Comunicação (ECO) repudiaram “qualquer tipo de expressão de pensamento que incite a violência ou agrida a terceiros”.
Leia a nota completa de Marcos Dantas
“Uma metáfora tornou-se ameaça de crime
Era para ser, e continua sendo, uma simples metáfora, aliás volta e meia empregada por alguém no X (ex-Twitter). Uma referência simbólica a um evento dramático, mesmo trágico, que marcou para sempre a história da humanidade: a Revolução Francesa. Qual a causa dessa revolução? Uma realidade de profunda desigualdade social, alimentando o radicalismo político.
Uma imagem, repito, imagem, “print” chegou-me, do jeito aleatório que chega no X, acompanhada de um comentário de pessoa com a qual volta e meia troco mensagens pelo X, fazendo referência a outro fato histórico, pelos mesmos motivos, igualmente violento e dramático. Eu, inspirado na famosa frase de Maria Antonieta – “se não tem pão, comam biscoitos” respondi com a dita metáfora. Entendo ser um símbolo dramático que nos alerta a todos da tragédia que se pode seguir a tanta insensibilidade social.
Sr. Justus, nem de longe, em momento algum, passou pela minha cabeça fazer qualquer ameaça pessoal ao senhor, sua esposa ou sua filha. Isso seria um absurdo! Aos 77 anos de idade e vida realizada, felizmente sem motivos para complexos ou ressentimentos, sei muito bem, política e eticamente, que não resolveremos nossos graves problemas sociais, que o senhor certamente não ignora, através de violência social, muito menos individual. Porém temo que se concretize o vaticínio cantado por Wilson das Neves em seu samba “No dia em que o morro descer e não for carnaval/ Ninguém [inclusive eu] vai ficar pro desfile final”… Lembrar aquelas tragédias históricas, pode servir (gostaria que servisse) para alertar a todos quanto a situações que só estimulam, nas mentes mais simplórias, explosões de raiva.
Repito: não tive, não tenho, não passou pela minha cabeça ameaçar sua família. Mas se por obra desses incontroláveis fatores próprios da internet, o post lhe chegou a conhecimento e causou-lhe tantas e compreensíveis preocupações, peço sinceramente que me desculpe.”
Por:Estadão Conteúdo
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