JBS tem lucro líquido de R$ 2,924 bilhões no 1º tri; alta é de 77,6% ante 1º tri de 2024


A JBS teve lucro líquido de R$ 2,924 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um salto de 77,6% na comparação com igual período do ano passado, de acordo com o resultado financeiro divulgado na terça-feira, 13. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 8,929 bilhões, alta de 38,9% ante o primeiro trimestre de 2024, com margem de 7,8%, um avanço de 0,6 ponto porcentual.

A receita líquida totalizou R$ 114,1 bilhões, crescimento de 28% na mesma comparação. De acordo com a empresa, foi o segundo melhor primeiro trimestre de sua história.

“Tradicionalmente, os melhores trimestres da companhia não são o primeiro e o último, mas sim os dois do meio. Ainda assim, quando comparamos este primeiro trimestre com o mesmo período do ano passado, os resultados são muito sólidos”, disse o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni. “Esse desempenho só é possível graças à plataforma diversificada da JBS, presente em diferentes países e atuando com várias proteínas”, acrescentou.

A melhora no desempenho foi impulsionada principalmente por Seara, Pilgrim’s Pride e JBS USA Pork. A Seara registrou receita de R$ 12,6 bilhões, com Ebitda de R$ 2,5 bilhões e margem de 19,8%, o melhor primeiro trimestre da história da unidade. A Pilgrim’s também teve desempenho recorde, com receita de R$ 26,1 bilhões, Ebitda de R$ 3,9 bilhões e margem de 14,8%.

Segundo a companhia, a Seara se beneficiou do fortalecimento do portfólio de valor agregado. Já o bom resultado da Pilgrim’s refletiu a forte demanda e foco na gestão estratégica de clientes e controle de custos.

Já a operação de suínos da JBS nos EUA (USA Pork) teve receita líquida de R$ 11,7 bilhões e Ebitda de R$ 1,4 bilhão, com margem de 12,4%. A unidade australiana, com negócios em carne bovina, aquicultura e suínos, avançou 32% em receita, para R$ 9,5 bilhões, e cresceu 53% em Ebitda.

No Brasil, a divisão de carne bovina, que inclui a marca Friboi, somou R$ 18,5 bilhões em receita, alta de 30%, com Ebitda de R$ 766 milhões e margem de 4,1%. A JBS Beef North America, por sua vez, teve crescimento de 36% na receita, que atingiu R$ 37,5 bilhões, mas operou com Ebitda negativo de R$ 587 milhões, refletindo pressões do atual ciclo pecuário.

A companhia encerrou o trimestre com forte posição de liquidez: R$ 29,7 bilhões em caixa e US$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas, o equivalente a R$ 19,4 bilhões. A alavancagem em dólar caiu de 3,66x para 1,99x no comparativo de 12 meses.

Ciclo pecuário

Apesar do cenário no Brasil, com juros em alta e expectativa de freio na oferta de boiadas, o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, vê o momento como positivo para a operação de carne bovina da companhia no País. “Acho que as margens aqui vão ser saudáveis, mesmo sendo um negócio estruturalmente de margens menores”, afirmou ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

Tomazoni destacou que, embora a valorização da arroba do boi gordo tenha pressionado o resultado da companhia no primeiro trimestre, a alta indica que “o produtor está ganhando dinheiro, e isso incentiva a produção”.

Segundo o executivo, o equilíbrio atual do ciclo pecuário brasileiro reduz o risco de uma retração. “Se o produtor estivesse perdendo dinheiro, aí sim, você diria: ‘O produtor vai se desfazer do rebanho, vai reduzir’. Mas hoje estamos num ciclo equilibrado”, comentou.

Outro vetor positivo, na visão da JBS, é o crescimento do confinamento de bovinos no País, impulsionado pela expansão da indústria de etanol de milho. “Esse processo gera um resíduo proteico muito bem adaptado à nutrição de ruminantes como o bovino. Isso estimula o confinamento, e o Brasil está crescendo rapidamente nesse quesito”, disse.

Com mais bois confinados, Tomazoni destaca ganhos em produtividade e qualidade. “Você encurta o ciclo do animal, porque o boi confinado atinge o peso ideal mais rápido, com uma dieta melhor. E ao mesmo tempo melhora a qualidade da carne”, completou.

O executivo também chamou a atenção para o avanço tecnológico e de manejo nas fazendas, com muitos produtores adotando o sistema de três safras. “Fazem uma colheita de soja, outra de milho e uma de boi. Isso vai aumentar a produção, reduzir a idade média de abate, com manejo adequado, nutrição, genética e agricultura regenerativa”, disse.

No primeiro trimestre de 2025, a JBS Brasil teve alta de 30,2% na receita líquida, para R$ 18,528 bilhões, na comparação com igual período de 2024. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado avançou 19,1%, para R$ 766,1 milhões. Já a margem Ebitda recuou 0,4 ponto, para 4,1%.



Por: Estadão Conteúdo

Estadão

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